Sexto episódio abordando o tema “Ganância: a permanente tensão riqueza versus felicidade”. Comentários à afirmação “O consumo (na nossa sociedade) é constantemente estimulado, e para muitos é fonte de realização” e a resposta à pergunta “Como a religião lida com as diferenças sociais impostas pelo consumismo?” estão a cargo do lama Padma. Christiane Torloni cita um provérbio popular na abertura do episódio: “O avaro é cego; vê o ouro, e não vê a riqueza”.
Como o vídeo desse episódio não está disponível na Globo, você vai ter de assisti-lo no site da série. Acesse-o (seção Biblioteca de Vídeos) e procure pelo vídeo do dia 14/12/2009.
Os budistas creem que a felicidade (verdadeira) vem dum plano espiritual, e que os bens materiais não podem compensar as felicidades que buscamos; entretanto, o lama também afirma, logo no começo, que esses mesmos bens “não podem nos levar adiante de certo tipo de sofrimento”! Não entendi o cara! E a busca POR e/ou apego A bens materiais não poderiam nos conduzir a sofrimentos não? Ao sofrimento de desejar incessantemente, e não poder ter? Ao sofrimento de invejar aquele que tem mais? E aí? E, pelo que o Padma fala logo depois, dá a entender que a felicidade espiritual vem se os bens materiais estiverem presentes.
Dizer que “as diferenças sociais são impostas pelo consumismo” é um tanto forte, não acham? Será que, na verdade, ele não resulta em, instiga ou torna mais notáveis as mesmas? Falha do narrador! Os ciclos de morte e renascimento, vida de felicidades e vida de decepções (foi o que eu entendi a partir da fala do Padma), pregados pelo budismo podem ser uma boa desculpa para não ajudar o próximo que estivesse passando por sofrimento na vida, né não? Porque nesses casos poderia-se dizer que não adianta ajudar fulano ou cicrano em virtude de ser visível que aquela encarnação pela qual ele está passando é uma de sofrimento. Assim, ele que morra e que espere as próximas vidas pra ver se vai ser feliz! Uma sociedade budista levaria, dessa forma, à existência de pessoas individualistas que não tão nem aí pra vida dos outros, num é? Um “cristianismo a-religioso” também levaria a isso, eu acho, mas isso é um assunto que quero tratar em outro post.
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