Olha só que coincidência interessante!. Esta semana a série Sagrado fala das novas famílias, seu conceito moderno. E semana passa encontrei um texto intitulado A Família moderna o qual estava querendo publicar dentro de pouco. Então, aproveitando o clima, aqui vai ele. É um texto que analisa o assunto do ponto de vista da psicologia, e, portanto, podem aparecer nele termos não muito familiares a quem não é da área; porém, para conhecer o significado dessas palavras você tem a net para consultar – em especial, o iDicionário Aulete.
A Família moderna é um dossiê, segundo a revista Psique, o que faz-me crer que a edição impressa deve conter uma série de matérias dentro do tema (ou uma grande matéria dividida em partes). Infelizmente, na net está apenas uma parte de todo o conteúdo da reportagem que creio constar da edição atual da revista, a de novembro [se é, ainda deve estar nas bancas!]. Abaixo seguem os primeiros parágrafos do texto para que você veja se a leitura completa te atrai.
Capa da edição 45 da revista Psique ►
[…]. Sabemos das inúmeras alterações ocorridas no conceito e na estruturação da família, ocorridas no último século. Entramos no século XXI tendo de encontrar novas formas de lidar com os problemas gerados no seio dessas novas famílias e é esse o enfoque central que buscamos dar a esse material.
É importante destacar que todos os que hoje intervêm na clínica psicanalítica contemporânea têm nos alertado para a enorme gama de questões que demandam um olhar atento e cuidadoso, conforme ficou explicitado recentemente no 46º Congresso da Associação Psicanalítica Internacional (IPA), em Chicago.
Em primeiro lugar, cabe lembrar que a partir das enormes mudanças oriundas do capitalismo avançado, entre elas o consumismo e comunicação de massa; questionamento da autoridade paterna e do Estado; individualismo e narcisismo; Psicologismo; avanço técnico-científico com as fertilizações in vitro, barrigas de aluguel, células-tronco, globalização; entre outros fatores, o sujeito se viu envolvido em fortes transformações que atingem sua forma de estar no mundo.
Novas patologias como as bulimias, anorexias, obesidade, compulsões, drogadição, suicídios e a violência mostram que o sujeito contemporâneo está muito mais para o "borderline" do que o neurótico descrito por Freud. Isso não só denota uma alteração na estruturação do sujeito, como também nos faz mirar de forma diferente a família pós-moderna, com suas idiossincrasias e transformações. Assim, não é só o capitalismo avançado que demanda esse sujeito "borderline"; é a família atual que tende a construí-lo!
Senão vejamos: vivemos numa era em que o tempo é escasso, os níveis de afetividade no seio da família sofrem diversos constrangimentos (divórcios, famílias ampliadas, redução do número de filhos), a tríplice jornada da mulher e do homem reduz enormemente sua disponibilidade para cuidar da prole, redundando em uma família em que as relações de parentesco se tornaram bastante complexas.
A nós, psicanalistas, só resta entender toda essa transfiguração e buscar dar aos que sofrem apoio para se adaptar a essa nova ordem. Tentamos oferecer um acolhimento que permita a construção de uma mente capaz de abrigar minimamente a torrente de emoções, pensamentos e fantasias próprias do ser humano.
Leia o resto na página da reportagem.
Foto de Dmitriy Shironosov em 123 Royalty Free.
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