Pular para o conteúdo principal

A imagem do Cristo que não quero para mim!



Jesus Cristo é o nome do homem que dividiu a história, que desafiou o senso comum. Nunca se viu tanto marketing sobre esse nome, nunca foi tão legal ser amigo de Jesus e dizer que o ama. É fato, Jesus Cristo é um ícone, seja ele político, religioso ou libertário.

Mas o que há de real nesse Cristo? Será que com o passar dos anos eu não construí a imagem de um Cristo que me é conveniente? Será que de repente o que conheço é o ícone "pop star" e não a pessoa?

Note que Jesus Cristo expressa a imagem de um homem livre, de mente e espírito livres, e uma das coisas que mais se tenta fazer é controlá-lo. A imagem do Cristo por mim construída é boa, pois vai sustentar a capa espiritual que visto. Isso é sempre mais fácil. É mais fácil me relacionar com a ideia que eu faço a respeito de Jesus, do que de fato me relacionar com ele, e ele é a verdade, o que faz com que cada pressuposto construído sobre ele venha a ruir.

O Cristo que convém a mim nega a minha humanidade, o Cristo que é escândalo me desnuda e revela o quão humano eu sou. O Cristo que me convém me dá o poder de julgar o que é certo ou errado, o Cristo que é loucura vai mostrar que nada sei e do quanto preciso me relacionar com a verdade. O Cristo religioso me cerca em um gueto, seja ele evangélico, batista, calvinista, marxista ou liberal, o outro Cristo vai mostrar que a vida que ele oferece é abundante e plena, que ao invés de me iludir com uma falsa espiritualidade dizendo não ter nada a ver com o mundo, impulsiona-me a desenvolver esta espiritualidade nele, envolvendo-me com pessoas ou grupos que normalmente não gostaria de me envolver.

Os judeus esperavam um Messias revolucionário, e Jesus os deu um Messias reformador. Tudo o que eles queriam era derramar seu ódio sobre os romanos, quando Jesus Cristo lhes ofereceu o amor ao próximo, o que inclui os inimigos. Para os gregos, o homem ideal deveria ser sábio e forte, mas ouviram de um Senhor que se sujeita por amor, que se calou quando podia se defender.

Quem está, de fato, erguido no altar do coração? Cristo ou eu mesmo com minha mente entrincheirada e armada? Talvez a imagem de um Cristo morto me soe melhor do que um vivo. Talvez seja melhor alimentar a ideia de um Cristo que me é conveniente do que permitir que ele se aproxime e mostre-se como realmente é.

Euro Mascarenhas Filho, 22 anos, missionário de Jovens Com Uma Missão.

Fonte: Editora Ultimato

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

William Barclay, o falso mestre

  O texto a seguir foi traduzido por mim, JT. Encontrado em inglês neste endereço . As citações de trechos bíblicos foram tiradas da bíblia Almeida Revista e Atualizada (ARA).     William Barclay, o falso mestre Richard Hollerman Estamos convencidos de que muitas pessoas não percebem o quão difundido o falso ensinamento está em nossos dias. Elas simplesmente vão à igreja ou aceitam ser membros da igreja e falham em ter discernimento espiritual com respeito ao que é ensinado pelo pastor, pregador ou outro "sacerdote". Elas meramente assumem que tudo está bem; caso contrário, o quartel-general denominacional certamente não empregaria uma pessoa em particular para representar sua doutrina publicamente. Esta é uma atitude desgraçadamente perigosa a sustentar, uma que nos conduzirá de forma desencaminhada e para dentro do erro. Alguns destes erros podem ser excessivamente arriscados e conduzirão ambos mestre e ouvinte à condenação eterna! Jesus nos advertiu sobre os farise

O escafandro e a borboleta

Uma dica de filme bacana, um motivacional apesar de não ser um filme cristão.     por Juliana Dacoregio   Impossível assistir a O escafandro e a borboleta (França/EUA, 2007) e não pensar em valorizar mais a própria vida. É o pensamento mais simplista possível, mas é também o mais sábio. Eu estava com um certo receio de assistir ao filme. Sabia do que se tratava e não queria sentir o peso da tragédia daquele homem. É uma história realmente pesada. E por mais que Jean Dominique Bauby – que, baseado em sua própria história, escreveu o livro homônimo que deu origem ao filme – conseguisse rir apesar de sua situação, o riso dele faz só faz aumentar o nosso desconforto, por ficar evidente que seu rosto permanece estático enquanto há emoções em seu interior.   Bauby se viu preso em seu próprio corpo em 1995, quando sofreu um derrame que o deixou totalmente paralisado e incapaz de falar. Apesar disso ele não teve sua audição e visão afetadas e suas faculdades mentais continuar

O natal por Ed René kivitz

O Natal não é um só: um é o Natal do egoísmo e da tirania, outro é o Natal da abnegação e da diaconia; um é o Natal do ódio e do ressentimento, outro é o Natal do perdão e da reconciliação; um é o Natal da inveja e da competição, outro é o Natal da partilha e da comunhão; um é o Natal da mansão, outro é o Natal do casebre; um é o Natal do prazer e do amor, outro é o Natal do abuso e da infidelidade; um é o Natal no templo com orquestra e coral, outro é o Natal das prisões e dos hospitais; um é o Natal do shopping e do papai noel, outro é o Natal do presépio e do menino Jesus. O Natal não é um só: um é o Natal de José, outro é o Natal de Maria; um é o Natal de Herodes, outro é o Natal de Simeão; um é o Natal dos reis magos, outro é o Natal dos pastores no campo; um é o Natal do anjo mensageiro, outro é o Natal dos anjos que cantam no céu; um é o Natal do menino Jesus, outro é o Natal do pai dele. O Natal de José é o instante sublime quando toma no colo o Messias. A partir daquela primei