Pular para o conteúdo principal

ZIRALDO: O Eterno Menino Maluquinho

Hoje é o dia mundial do livro, e falar em livro no Brasil é falar do mineiro de Caratinga Ziraldo Alves Pinto ou simplesmente “Ziraldo o eterno menino maluquinho”.

Escritor, cartunista, educador, pintor, dramaturgo, cronista, desenhista e jornalista, Ziraldo nasceu no dia 24 de outubro de 1932 em Caratinga nas Minas Gerais, estudou dois anos no Rio de Janeiro e voltou a Caratinga em 1950 para fazer o Tiro de Guerra e onde concluiu o ensino médio. Em 1957, formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo Horizonte. No ano seguinte casou-se com Vilma Gontijo, após sete anos de namoro. Ziraldo tem três filhos - Daniela, Fabrízia e Antônio - e seis netos.

Ziraldo começou a desenhar desde que se entende por gente. Desenhava em todos os lugares: na calçada, nas paredes, na sala de aula... Outra de suas paixões desde a infância é a leitura. Lia tudo que lhe caía nas mãos: Monteiro Lobato, Viriato Correa, Clemente Luz (O Mágico), e todas as revistas em quadrinhos da época. Já nesse momento, ao ler as páginas do primeiro "gibi", sentiu que ali estava o seu futuro.

Em 1994 começou a trabalhar no Jornal Folha de Minas, de Belo Horizonte, com uma coluna dedicada ao humor. Ganhou notoriedade nacional ao se estabelecer na revista O Cruzeiro em 1957 e posteriormente no Jornal do Brasil, em 1963. Seus personagens (entre eles Jeremias, o Bom; a Supermãe e o Mineirinho) conquistaram os leitores em todo o Brasil.

Em 1960, lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor, A Turma do Pererê, que também foi a primeira história em quadrinhos a cores totalmente produzida no Brasil. Embora tenha alcançado uma das maiores tiragens da época, Turma do Pererê foi cancelada em 1964, logo após o início do regime militar no Brasil. Nos anos 70, a Editora Abril relançou a revista, desta vez, porém, sem o sucesso inicial. Em 1969, Ziraldo recebeu o "Nobel" Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e também o prêmio Merghantealler, principal premiação da imprensa livre da América Latina.

Foi fundador e posteriormente diretor do periódico O Pasquim, tablóide de oposição ao regime militar, uma das prováveis razões de sua prisão, ocorrida um dia após a promulgação do AI-5.
Em 1980, lançou o livro "O Menino Maluquinho", seu maior sucesso editorial e um dos maiores fenômenos da literatura brasileira, o qual foi mais foi tarde adaptado na televisão e no cinema. Ziraldo criou ainda uma serie de personagens inesquecíveis derivados da riqueza e diversidade da cultura brasileira.

Incansável, Ziraldo ainda hoje colabora em diversas publicações, e está sempre envolvido em novas iniciativas. Uma das mais recentes foi a "Revista Bundas", uma publicação de humor sobre o cotidiano que faz uma brincadeira com a revista "Caras", esta, voltada para o dia-a-dia de festas e ostentação da elite brasileira. Ziraldo foi também o fundador da revista "A Palavra" em 1999.

Ilustrações de Ziraldo já figuraram em publicações internacionais como as revistas Private Eye da Inglaterra, Plexus da França e Mad, dos Estados Unidos.

Aos 75 anos com os cabelos grisalhos, o escritor e ilustrador mantém até hoje o espírito do menino maluquinho e esta em plena atividade, você pode conferir um pouco do seu rico trabalho no canal TV Brasil no programa “ABZ do Ziraldo”. Que tem como proposta incentivar o prazer da leitura e estimular a imaginação e a criatividade das crianças.

A obra de Ziraldo e imensa, reflexiva e estimulante, quando nos deparamos com sua obra acabamos deixando escapar aquele menino maluquinho que temos dentro de nós, afinal quem que não teve contato com um pedacinho da sua obra e não botou uma panela na cabeça e sonhou mesmo que por um instante em ser o menino maluquinho.

Você quer conhecer um pouco mais desde grande brasileiro então visite o site http://www.ziraldo.com.br/ ou compre e leve pra casa o DVD- ZIRALDO: O ETERNO MENINO MALUQUINHO, que foi homenageado neste belíssimodocumentário narrado por José Mayer e dirigido por Sonia Garcia.

São 1h30min de duração dividido em três partes: Memórias, narradas pelo próprio escritor e recortadas por mensagens de seus próprios livros; cronobiografia, com depoimentos dos amigos Zuenir Ventura, Sergio Cabral, Chico Caruso, Miguel Paiva, Ana Maria Machado, Mariana Colassanti e a conterrânea da Caratinga Miriam Leitão, entre outros; e releituras, abordando suas obras no teatro, no cinema e na tv. Um trabalho imperdível, vale a pena conferir.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

William Barclay, o falso mestre

  O texto a seguir foi traduzido por mim, JT. Encontrado em inglês neste endereço . As citações de trechos bíblicos foram tiradas da bíblia Almeida Revista e Atualizada (ARA).     William Barclay, o falso mestre Richard Hollerman Estamos convencidos de que muitas pessoas não percebem o quão difundido o falso ensinamento está em nossos dias. Elas simplesmente vão à igreja ou aceitam ser membros da igreja e falham em ter discernimento espiritual com respeito ao que é ensinado pelo pastor, pregador ou outro "sacerdote". Elas meramente assumem que tudo está bem; caso contrário, o quartel-general denominacional certamente não empregaria uma pessoa em particular para representar sua doutrina publicamente. Esta é uma atitude desgraçadamente perigosa a sustentar, uma que nos conduzirá de forma desencaminhada e para dentro do erro. Alguns destes erros podem ser excessivamente arriscados e conduzirão ambos mestre e ouvinte à condenação eterna! Jesus nos advertiu sobre os farise

O escafandro e a borboleta

Uma dica de filme bacana, um motivacional apesar de não ser um filme cristão.     por Juliana Dacoregio   Impossível assistir a O escafandro e a borboleta (França/EUA, 2007) e não pensar em valorizar mais a própria vida. É o pensamento mais simplista possível, mas é também o mais sábio. Eu estava com um certo receio de assistir ao filme. Sabia do que se tratava e não queria sentir o peso da tragédia daquele homem. É uma história realmente pesada. E por mais que Jean Dominique Bauby – que, baseado em sua própria história, escreveu o livro homônimo que deu origem ao filme – conseguisse rir apesar de sua situação, o riso dele faz só faz aumentar o nosso desconforto, por ficar evidente que seu rosto permanece estático enquanto há emoções em seu interior.   Bauby se viu preso em seu próprio corpo em 1995, quando sofreu um derrame que o deixou totalmente paralisado e incapaz de falar. Apesar disso ele não teve sua audição e visão afetadas e suas faculdades mentais continuar

O natal por Ed René kivitz

O Natal não é um só: um é o Natal do egoísmo e da tirania, outro é o Natal da abnegação e da diaconia; um é o Natal do ódio e do ressentimento, outro é o Natal do perdão e da reconciliação; um é o Natal da inveja e da competição, outro é o Natal da partilha e da comunhão; um é o Natal da mansão, outro é o Natal do casebre; um é o Natal do prazer e do amor, outro é o Natal do abuso e da infidelidade; um é o Natal no templo com orquestra e coral, outro é o Natal das prisões e dos hospitais; um é o Natal do shopping e do papai noel, outro é o Natal do presépio e do menino Jesus. O Natal não é um só: um é o Natal de José, outro é o Natal de Maria; um é o Natal de Herodes, outro é o Natal de Simeão; um é o Natal dos reis magos, outro é o Natal dos pastores no campo; um é o Natal do anjo mensageiro, outro é o Natal dos anjos que cantam no céu; um é o Natal do menino Jesus, outro é o Natal do pai dele. O Natal de José é o instante sublime quando toma no colo o Messias. A partir daquela primei