Eliane Brum, em sua coluna na
revista Época, afirma que "a crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada". Veja abaixo.
![Retrato de um garotinho segurando uma taça de vencedor (orgulho, felicidade, vitória, precoce) [Viorel Sima em www.123RF.com] Retrato de um garotinho segurando uma taça de vencedor (orgulho, felicidade, vitória, precoce) [Viorel Sima em www.123RF.com]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB5rdbeQyLy32-mpPo1fhz3h2nPzeD4hAeowIJH2s50pJ6i3FX3vOI3ba5GXoMFY1d4ZrelDRBQ1pWn04nxsUuyRPmGSCZoRNRA5xlIdwMyj6Wl0HkWjizGyAwrb5s7g1j30dHm7Ls6qua/?imgmax=800)
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
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