Por Alex Martins
“Ave Maria cheia de graça o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres...”
Essa é a frase mais conhecida e citada entre os católicos. Uma reza que
todo católico, praticante ou não, conhece de cor. Uma frase de
reconhecimento, mesmo que ilegítima, da santidade e mediação de Maria
entre Deus e os homens. Quem nunca ouviu ou leu a frase: “Pede para a mãe que o filho atende.”
Hoje está sendo reivindicado o título de medianeira para Maria. Muitos
acreditam que a virgem é o elo de ligação entre o divino e o humano.
Jesus não passa de uma figura de menor importância.
Apesar do assunto dar muito “pano pra manga” não quero falar sobre a
deidade de Maria ou sobre o catolicismo. Quero me ater no que ela
representa aos seus devotos: Santidade, mediação, admiração e devoção.
Nós como cristãos somos especialistas em nos acharmos a raça eleita, os
queridinhos de Deus na terra e condenamos os católicos por eles
colocarem Maria no lugar de Jesus, até citamos o versículo “Deus não divide sua glória com ninguém”,
e, na verdade, temos razão em dizer isso. Mas o problema é que fazemos a
mesma coisa que os católicos fazem, sei que você deve estar pensando
orgulhosamente: “Não! Eu não adoro Maria, não acho que ela é santa e nem
é minha intercessora!”. E eu acredito em você. Mas infelizmente, sim!
Fazemos a mesma coisa que os católicos. Apenas trocamos a figura de
Maria por uma outra qualquer mas o sentimento de dependência e devoção é
o mesmo.
Muitos evangélicos não têm Maria como objeto de admiração excessiva mas
têm o pastor, o apóstolo, o líder ou o discipulador como tal.
Hoje Maria se “encarnou” nos super stars gospel e a infabilidade papal
se encontra nos líderes inerrantes quando falam ex-cathedra.
Muitos evangélicos têm nos seus líderes uma imagem, uma dependência e
uma mediação muito similar aos católicos. Se eles têm peregrinações nós
também, os gideões missionários – GMUH
- em Camburiu é um evento aguardado o ano inteiro e seus “devotos”
viajam milhares de quilômetros, alguns sem dinheiro para a volta, para
adorar no “grande templo” e ouvir as palavras dos gurus, há quem diga
que é uma viagem obrigatória para os cristãos, uma romaria gospel. O
sonho de muitos pregadores é pregar lá um dia. Pura Vaidade!
Nossos lideres incentivam a veneração de si próprio, sob pena, não de
excomunhão, mas de “se levantar contra o ungido do Senhor” ou de
“rebeldia”. E como as ovelhas são ingênuas! Levadas por ventos de
doutrinas se espelham em homens, confiam em braços humanos e dependem
de suas orações. Fazem do líder um mediador, pedindo incontáveis
imposições de mãos e são dependentes de intercessões. Estão debaixo de
uma pseudo cobertura espiritual, e se é espiritual como pode ser feita
por um humano? Maria é para os católicos o que muitos líderes são para
os evangélicos – Mediadores, coberturas, intercessores.
É muito mais fácil entregar a responsabilidade sobre o líder do que ter
um relacionamento com Cristo e buscar na fonte. Assim como no
catolicismo Jesus perde espaço para Maria, nos evangélicos Ele é
ofuscado pelo brilho de lideranças cheias de glória. Agendas sempre
lotadas, seguranças, carros de luxo, helicópteros, jatos, programas de
TV , são inacessíveis, não se misturam com o povo, a cada dia mais se
parecem com astros e menos com Cristo.
Cristão dependentes da intervenção de terceiros para se relacionar com
Deus ou para tomar atitudes na vida, pisam na graça e ressuscitam um
período em que Deus só falava com pessoas especiais. Pedem aprovação do
líder para começar um curso, trocar de emprego , namorar ou casar.
Buscam a benção do pastor e não a de Deus, algo do tipo “Pede para o
apóstolo que o Pai atende”.
Assim como os católicos consideram Maria eternamente virgem, ou seja,
pura, alguns evangélicos fazem da santidade do seu líder uma cláusula
pétrea não importa se o líder for pego em flagrante, cometendo algum crime, se fica preso por meses, se é cassado no cargo político ou se é fotografado saindo de um hotel com uma mulher que não é a sua. Ele sempre será considerado puro.
Querido amigo, vamos combinar uma coisa, nós, até precisamos em certo
ponto, mas não dependemos de ninguém para nos achegarmos a Deus, não
precisamos de intercessores, mediadores, cobertura espiritual,
discipulador,pastor, apóstolo, bispo, nem de ninguém, sabe porque?
Porque “Deus é por nós” e se o próprio Deus é por nós pra que precisamos de humanos nesse ofício? O véu foi rasgado
e o Deus que fala com eles é mesmo que fala conosco, a bíblia que eles
lêem é a mesma que a nossa, o Espírito Santo que lhes revela é o mesmo
que nos revela e quem morreu por eles também morreu por nós. Lembre-se o
Espírito foi derramado sobre TODA a carne, até sobre os ímpios (isso é assunto pra um outro artigo).
Antes de sair falando sobre os católicos analise antes se você não tem
nenhuma Maria em sua vida e inconscientemente faz essa oração:
Ave líder, cheio de unção, o Senhor é convosco, bendito sois vós entre os homens...
Pense nisso,
Fonte: O excelente site do Alex Martins Desejando Deus
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Alex Martins