Quarto episódio tratando do tema Estado laico (limites entre religião e Estado; movimentos religiosos no Congresso Nacional). Cesar Perri está incumbido de comentar a afirmação:
1) Em todas as culturas e povos a religião participa da formação ética de indivíduos. Agora, a maioria dos países ocidentais considera que para haver democracia plena o governo deve ser neutro em relação à religião;
e responder à questão:
2) Apesar do ensino religioso nas escolas públicas do Brasil ser previsto por lei, o certo não seria que a educação religiosa fosse uma opção de cada família?
Carlos Vereza cita um provérbio brasileiro: “As necessidades unem. As opiniões separam”.
O Cesar mostra em sua resposta, mencionando o preâmbulo de nossa Constituição, que nossas próprias leis já sofrem a influência da crença dominante. É possível que coisa semelhante aconteça a vários outros países ocidentais. Aí vemos que fica difícil pensar num estado que seja 100% laico, isto é, quero dizer no sentido de ser laico desde sua criação, desde seus primórdios. Estado laico no sentido de não manifestar simpatia e/ou relação com essa ou aquela crença certamente há; porém, o Cesar lembra que o fato de ser laico não significa ser ateu! Neutralidade absoluta do estado em relação à religião parece ser algo utópico, não?
Aí, em relação ao termo ”ateu”, é interessante notar que pode haver até uma dificuldade dos próprios partidários desta posição em se definir e se compreender. É o que se nota ao ler o post Definição de ateísmo lá do blog APOLOGIA (muito bom, por sinal, este blog, viu?). |
Na resposta à segunda pergunta o Cesar mostra que o espiritismo não concorda com a ideia da religião ser “ensinada” nas instituições educadoras, o que é bom se queremos um estado laico. No entanto, diz que elas “poderiam ter orientações de estímulo à religiosidade, ao cultivo da ética, da moral e de uma cultura de paz”. Como seria esse tal estímulo à religiosidade, hein? E a cultura de paz? Nós cristãos pensamos que a paz vai de dentro pra fora do indivíduo enquanto que na cultura de paz a coisa parece se inverter: o indivíduo é “educado”/preparado para praticar paz. Ele a praticaria porque é boa e uma forma inteligente de se portar, e não porque ele foi transformado internamente de forma a vivê-la plenamente (o que é o caso do cristão). Nas sugestões de leitura abaixo você notará que a cultura de paz conduz ao ecumenismo, algo com o qual temos de ter um certo cuidado.
Leia mais sobre cultura de paz:
■ Cultura de paz (Wikipedia)
■ A CULTURA DE PAZ em Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz 201 – 2010
■ Paz? Como se faz? – Semeando Cultura de Paz nas Escolas (Manual em PDF. Tem influência da Unesco)
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