Pessoal, aqui vai um post que é meio longo, mas que vale a pena ler todinho. Trata-se de um texto do pastor Ricardo Gondim falando do caso da menina Isabella e do papel da mídia/imprensa nisso tudo.
Tirado do site do próprio pastor.
Tirado do site do próprio pastor.
Caso Isabella - Caia eu nas mãos de Deus.
Ricardo Gondim.
Uma menina foi barbaramente assassinada e desde sua morte, não se fala noutra coisa. Resisti o tanto quanto pude, mas resolvi dar o meu pitaco sobre o caso Isabella, que domina a atenção do Brasil.
Não quero escrever sobre a morte trágica de uma menina tão bonitinha, tão sapeca, tão cheia de vida, embora eu me sinta esmagado – tenho um neto exatamente com sua idade, 6 anos. Não vou me referir ao trabalho da polícia – a não ser pelos programas da Discovery com investigação de detetives do FBI, não conheço absolutamente nada de provas, vestígios de sangue, ou pistas com DNA.
Não posso absolver ou condenar ninguém. Não possuo expertise em psicologia criminal, procedimentos investigativos, técnicas de argüição e acareação de testemunhas. Aliás, parece que o crime, no caso da Isabella, vem perdendo sua importância. O circo passou a valer mais.
E o poder da mídia me deixa perplexo. Estou abismado como um crime bárbaro vem sendo espetacularizado pela televisão. Isso não é só ruim, mete medo. De repente, sem que os trabalhos técnicos tenham sido concluídos, já se conhecem os culpados. Os abutres do falso jornalismo, precisando alimentar a multidão que gosta de notícias macabras, já concluiu seus trabalhos. Embora bem dissimulados, eles se acham o verdadeiro juri - falta uma pesquisa de opinião para saber o percentual da população que também tem um juizo.
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Alimentada pelo pior jornalismo, juntou-se diante das delegacias a súcia social que gritou e exigiu o cumprimento sumário da sentença dos já “culpados”. Na semana passada, quando assisti ao aglomerado humano esmurrando o carro da polícia e, com o dedo em riste, pedindo punição, tive vergonha de minha brasilidade. Parecia uma cena do velho oeste. Era tudo muito surreal, havia meninos socando o ar, um bolo, gente cantando "parabéns pra você"; todos cobrando justiça, afinal de contas, a polícia tempestivamente fornecera o material que a mídia pedia para fechar o veredicto dos “verdadeiros homicidas”.
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Naquela hora, pensei: “Meu Deus, o poder da televisão é maior do que jamais imaginei”. Lembrei-me de Davi quando lhe foi oferecido escolher entre ser punido por Deus ou pelos homens. Sem titubear, o rei respondeu: ”Caia eu nas mãos de Deus e não dos homens; Deus é rico em misericórdia".
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Quando a mídia julga, a punição é definitiva; não importa a justiça ou o sagrado direito de não ser executado precipitadamente. Vi uma multidão cobrando um quase "linchamento" dos presumidos culpados e minha reação foi: “Por que o povo passou a acreditar na polícia?”. Até este crime, os brasileiros nunca confiaram em sua competência técnica. Sabe-se sobejamente que a polícia não consegue sequer afirmar de qual fuzil vem a bala que mata crianças em favelas. Todo paulistano reconhece que a maioria das chacinas fica sem solução.
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Agora entendo porque o Presidente da República luta para ter uma televisão. Ele sabe que, se tropeçar, poderá ser implacavelmente açoitado pela mídia e não vai aguentar a pressão. O Poder Executivo busca tão somente um veículo de comunicação para que possa amenizar eventuais torpedos lançados contra ele.
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Nos Estados Unidos, a “Fox News” foi denunciada como uma rede de televisão tendenciosa e perigosa; que cumpre a agenda de um segmento de extrema direita (http://www.youtube.com/watch?v=cuorIjt1HG0). O Brasil já provou o gosto dessa manipulação quando a Rede Globo usou inescrupulosamente o Jornal Nacional tentando bloquear o "Movimento das Diretas Já"; mais tarde, a mesma Globo maldosamente editou um debate de campanha e elegeu o famigerado Fernando Collor.
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Entendo também porque o casal fundador de uma igreja, mesmo preso em Miami, ainda consegue reunir mais de dois milhões de evangélicos na Avenida Paulista - eles têm um canal de televisão e um vasto know-how de manipular as massas. Pelos mesmos motivos, uma igreja neo-pentecostal investe pesadamente em sua rede de comunicações. Eles sabem que, ultrapassando a audiência da maior rede do país, serão temidos.
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Transformar um crime num espetáculo dá lucro. Os tele-jornais ganham audiência, as "Folhas" aumentam as tiragens. Até a delegada que gritou "assassinos" ficou famosa. Santo Expedito tirou sua lasquinha; o santo das causas impossíveis foi carregado triunfalmente no colo da avó enlutada. O padre dos famosos recebeu “amorosamente” a mãe chorosa e também faturou uns trinta segundinhos a mais no noticiário principal.
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Fico a imaginar se os fariseus, Herodes e Pilatos tivessem ao seu dispor algum canal de televisão. A pequena multidão que gritou, “crucifica-o, crucifica-o", teria sido exponencialmente maior.
Vivemos num mundo onde tudo vira espetáculo e os que cobiçam poder sabem disso. A verdade não importa, não valem os detalhes factuais. O que realmente conta é a capacidade de suscitar emoções com lágrimas, ódios, amores e indignações.
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O triste caso da inocente Isabella revela tão somente como essa potestade, a mídia, consegue inocentar ou culpar qualquer um - mas só quando ajuda a aumentar uns pontinhos no IBOPE.
A patuléia segue, obedece, chora e ri, obedecendo o que os “jornalistas” consideram “a” verdade. (cada dia, mais acredito que o Anticristo será defendido em rede nacional pelos âncoras dos telejornais).
Que mundo cão!
Soli Deo Gloria.
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