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Billie Holiday - Strange Fruit


Quando publiquei o som do mural sobre Billie Holiday, omiti o seu maior sucesso, "Strange Fruit", pois uma única postagem seria insuficiente para falar de Holiday e de seu "etranho fruto".

Vamos à história: "Strange Fruit" é um hino contra o racismo, e fala de estranhos frutos que pendiam dos álamos do sul, (corpos de negros linchados e enforcados em árvores).

"Strange Fruit" foi composta como um poema por Abel Meeropol, um professor judeu de colégio do Bronx, sobre o linchamento de dois homens negros. Ele a publicou sob o pseudônimo de Lewis Allan.

Meeropol escreveu "Strange Fruit" para expressar seu horror com os linchamentos e enforcamentos praticados pelos brancos no sul dos EUA. Meeropol fez o poema possivelmente após ter visto a fotografia de Lawrence Beitler do linchamento de Thomas Shipp e Abram Smith em Marion, Indiana, ocorrido em 7 de agosto de 1930. Ele publicou o poema em 1936, em The New York Teacher, uma publicação sindical.

Holiday cantou strange fruit pela primeira vez em 1939 no Café Society. Ela disse que cantá-la fazia-a ter medo de retaliações. Holiday mais tarde disse que as imagens de "Strange Fruit" lembravam-na de seu pai, isto fez com que ela continuasse a cantar a música. A canção tornou-se parte regular das apresentações ao vivo de Holiday.

No mesmo ano Holiday se aproximou de sua gravadora, a Colúmbia Records, para gravar a canção. Mas a Columbia, temendo a repercussão das lojas de discos no sul, assim como a possível reação negativa de rádios afiliadas à CBS, recusou-se a gravar a canção. Mesmo o grande produtor da Columbia, John Hammond, recusou-se também. Decepcionada, ela procurou seu amigo Milt Gabler (tio do comediante Billy Crystal), cuja selo, a Commodore Records, gravava músicas de jazz alternativo.

Holiday cantou para ele "Strange Fruit" a cappella e a canção comoveu Gabler ao ponto de fazê-lo chorar. Em 1939, Gabler fez um acordo especial com a Vocalion Records para gravar e distribuir a cancã, e a Columbia permitiu a realização de uma sessão fora do contrato para poder gravar a música.

Então no mesmo ano “Strange Fruit” sai em forma de um compacto e automaticamente se torna o maior sucesso de Holiday.

Barney Josephson reconheceu o impacto da canção e insistiu para que Holiday encerrasse suas apresentações com ela. Quando a canção estava para começar, os garçons paravam de servir as mesas, todas as luzes se apagavam e um único foco de luz iluminava Holiday no palco. Durante a introdução musical, Holiday ficava com seus olhos fechados, como se evocando uma oração.

A versão de Strange Fruit” de Holiday foi colocada na lista do Hall da Fama do Grammy em 1978
Em dezembro de 1999, a revista Time deu a "Strange Fruit" o título de canção do Século.

Em 2002, a Biblioteca do Congresso colocou a canção dentre as 50 que seriam adicionadas ao National Recording Registry.

A voz inigualável de Holiday, nunca foi tão poderosa como em Strange Fruit, é impossível ouvi-la e não se emocionar. Billie Holiday é musica para minha alma!



Estranho Fruto

As árvores do Sul estão carregadas com um estranho fruto,
Sangue nas folhas e sangue na raiz,
Um corpo negro balançando na brisa sulista
Um estranho fruto pendurado nos álamos.

Uma cena pastoral no galante Sul,
Os olhos esbugalhados e a boca torcida,
Perfume de magnólia doce e fresco,
Então o repentino cheiro de carne queimada!

Aqui está o fruto para os corvos arrancarem,
Para a chuva recolher, para o vento sugar,
Para o sol apodrecer, para as árvores fazer cair,
Eis aqui uma estranha e amarga colheita.

Fonte: Wikipédia

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