Há 1.800 anos, em meio ao mundo romano, surge uma nova doutrina, estranha, nada semelhante a nenhuma das que a haviam precedido e atribuída a um homem, Cristo.
Esta doutrina era inteiramente nova (tanto na forma, quanto na substância)para o mundo judaico que a tinha visto nascer e sobretudo para o mundo romano, onde era pregada e propagada.
Em meio às complicadíssimas regras religiosas do mundo judaico — onde, segundo Isaías, havia regra sobre regra — e à legislação romana, levada a um alto grau de perfeição, surge uma nova doutrina que negava não apenas todas as divindades,como também todas as instituições humanas e suas necessidades.
Em troca de todas as regras das antigas crenças, esta doutrina não oferecia senão um modelo de perfeição interna, de verdade e de amor na pessoa do Cristo e, como conseqüência desta perfeição interna, a perfeição externa, preconizada pelos profetas: o reino de Deus, no qual todos os homens, não mais sabendo odiar, serão unidos pelo amor, e no qual o leão estará frente ao cordeiro. Ao invés de ameaças de castigo para as infrações as regras ditadas por antigas leis religiosas ou civis, ao invés da atração das recompensas por sua observância, esta doutrina só atraía por ser a verdade.
“Se alguém quiser cumprir Sua vontade, saberá se minha doutrina é de Deus ou se falo de mim mesmo" (Jo 7,17). "Vós, porém, procurais matar-me, a mim que vos falei a verdade" (Jo 8,40), "e a verdade vos fará livres. Não devemos obedecer a Deus senão com a verdade.
Toda a doutrina será revelada e compreendida pelo espírito da verdade. Façam o que Deus lhes manda e conhecerão a verdade" (Jo 8,36). Nenhuma outra prova da doutrina foi apresentada além da verdade, a adequação da doutrina com a verdade.Toda a doutrina consistia na busca da verdade e em sua observação, na efetivaçâo cada vez mais perfeita da verdade e do desejo de dela se aproximar, sempre
mais, na vida prática.
Segundo esta doutrina, não é por meio de práticas que o homem se torna justo.Os corações elevam-se à perfeição interna através de Cristo, modelo de verdade, e a perfeição externa pela efetivaçâo do reino de Deus. O cumprimento da doutrina está no caminho da estrada indicada, na busca da perfeição interna pela imitação de Cristo, e da perfeição externa graças ao estabelecimento do reino de Deus. A maior ou menor felicidade do homem depende, segundo esta doutrina, não do grau de perfeição que ele pode alcançar, mas do seu caminho mais ou menos rápido para esta perfeição.
O ímpeto para a perfeição do publicano Zaqueu, da pecadora, do ladrão na cruz é, segundo esta doutrina, uma felicidade maior que a imóvel virtude do fariseu. A ovelha desgarrada é mais querida ao coração do pastor do que 99 ovelhas não desgarradas; o filho pródigo, a moeda perdida e reencontrada são mais caros a Deus do que tudo o que nunca foi perdido.
Cada situação, segundo esta doutrina, não é mais que uma etapa para o caminho da perfeição interna e externa realizável.
Esta doutrina era inteiramente nova (tanto na forma, quanto na substância)para o mundo judaico que a tinha visto nascer e sobretudo para o mundo romano, onde era pregada e propagada.
Em meio às complicadíssimas regras religiosas do mundo judaico — onde, segundo Isaías, havia regra sobre regra — e à legislação romana, levada a um alto grau de perfeição, surge uma nova doutrina que negava não apenas todas as divindades,como também todas as instituições humanas e suas necessidades.
Em troca de todas as regras das antigas crenças, esta doutrina não oferecia senão um modelo de perfeição interna, de verdade e de amor na pessoa do Cristo e, como conseqüência desta perfeição interna, a perfeição externa, preconizada pelos profetas: o reino de Deus, no qual todos os homens, não mais sabendo odiar, serão unidos pelo amor, e no qual o leão estará frente ao cordeiro. Ao invés de ameaças de castigo para as infrações as regras ditadas por antigas leis religiosas ou civis, ao invés da atração das recompensas por sua observância, esta doutrina só atraía por ser a verdade.
“Se alguém quiser cumprir Sua vontade, saberá se minha doutrina é de Deus ou se falo de mim mesmo" (Jo 7,17). "Vós, porém, procurais matar-me, a mim que vos falei a verdade" (Jo 8,40), "e a verdade vos fará livres. Não devemos obedecer a Deus senão com a verdade.
Toda a doutrina será revelada e compreendida pelo espírito da verdade. Façam o que Deus lhes manda e conhecerão a verdade" (Jo 8,36). Nenhuma outra prova da doutrina foi apresentada além da verdade, a adequação da doutrina com a verdade.Toda a doutrina consistia na busca da verdade e em sua observação, na efetivaçâo cada vez mais perfeita da verdade e do desejo de dela se aproximar, sempre
mais, na vida prática.
Segundo esta doutrina, não é por meio de práticas que o homem se torna justo.Os corações elevam-se à perfeição interna através de Cristo, modelo de verdade, e a perfeição externa pela efetivaçâo do reino de Deus. O cumprimento da doutrina está no caminho da estrada indicada, na busca da perfeição interna pela imitação de Cristo, e da perfeição externa graças ao estabelecimento do reino de Deus. A maior ou menor felicidade do homem depende, segundo esta doutrina, não do grau de perfeição que ele pode alcançar, mas do seu caminho mais ou menos rápido para esta perfeição.
O ímpeto para a perfeição do publicano Zaqueu, da pecadora, do ladrão na cruz é, segundo esta doutrina, uma felicidade maior que a imóvel virtude do fariseu. A ovelha desgarrada é mais querida ao coração do pastor do que 99 ovelhas não desgarradas; o filho pródigo, a moeda perdida e reencontrada são mais caros a Deus do que tudo o que nunca foi perdido.
Cada situação, segundo esta doutrina, não é mais que uma etapa para o caminho da perfeição interna e externa realizável.
Leon Tolstoi em 'O reino de Deus está em vós'
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