Cristãos chineses pagam um alto preço por causa da Olimpíada
Os ataques iniciados pelo governo chinês contra os cristãos e suas igrejas é "o pior em anos" e marca uma nova "onda de perseguição" nesta nação comunista, de acordo com o diretor da Portas Abertas na Alemanha, Markus Rode.
Segundo ele, não há motivo para acreditar que a China ficou mais aberta e tolerante frente aos Jogos Olímpicos de Beijing.
A Portas Abertas é uma organização internacional que apóia os cristãos "perseguidos pela fé". Ele disse ainda que os cristãos são "continuamente monitorados por forças de segurança".
Markus Rode contou ainda que a organização teve de contrabandear 4,6 milhões de Bíblias para a China, porque as autoridades limitam a distribuição de literatura cristã.
Além disso, ele contou ao "Bosnewslife" que igrejas domésticas foram fechadas, cristãos foram detidos, maltratados e castigados, enquanto tiveram suas propriedades confiscadas pelas autoridades.
Olimpíada 2008
Grupos cristãos de direitos humanos se uniram para alertar e orar contra as sanções severas praticadas pela liderança comunista (leia mais).
As autoridades chinesas temem que os cristãos usem os Jogos Olímpicos de 2008 como uma oportunidade para difundir o cristianismo no país e elevar a consciência sobre as violações documentadas contra os direitos humanos e religiosos.
Cristãos chineses estão pagando um alto preço por este evento esportivo internacional.
Markus Rode diz ainda que membros da Portas Abertas foram impedidos em seus trabalhos e que seus contatos locais foram ameaçados por autoridades locais. Ele disse que a organização teve de adiar suas atividades, mas se recusou a fornecer mais detalhes.
Listas de cristãos
"Ficou extremamente difícil manter qualquer comunicação com os cristãos chineses", disse Markus Rode. "Em universidades na China a transmissão de e-mails foi monitorada e desse modo as autoridades conseguiram descobrir listas com nomes de cristãos. Entre eles estão estudantes cristãos que planejam difundir o evangelho entre estudantes", ele explicou.
O governo de China nega abusos aos direitos humanos e diz que os cristãos são livres para adorar dentro das denominações apoiadas pelo governo. Porém, a Portas Abertas e outras organizações disseram que muitos, e talvez a maioria dos cristãos, preferem realizar seus cultos fora do controle do governo comunista, em um movimento chamado de igrejas domésticas subterrâneas, que acontece nas casas de cristãos.
Classificação de países por perseguição
A China foi mencionada este ano como o 10º país mais perseguidor aos cristãos do mundo, segundo a Classificação de países por perseguição da Portas Abertas (veja mais aqui).
O governo quer garantir que não haja nenhuma instabilidade durante o ano de 2008. A forma como eles querem realizar isso difere de uma área para outra e de uma situação para outra.
Algumas vezes, usam de cortesia sem precedentes, mas também há relatos de invasão em igrejas não registradas e prisões. Um número sem precedentes de estrangeiros cristãos que vivem como missionários na China foi expulso do país em 2007.
Expulsões em massa
Fontes infiltradas no governo chinês relataram o lançamento dessa campanha maciça de expulsão. Acredita-se que essa campanha, intitulada Furacão nº 5, é parte do esforço contra a "infiltração" de estrangeiros cristãos a fim de impedir que eles se engajem em atividades missionárias antes e durante a Olimpíada de Beijing.
"Em 2007, muitas igrejas não registradas foram invadidas, cristãos foram presos; o governo, em alguns casos, usou de violência física contra os cristãos. Embora a situação na China seja diferente de uma região para outra, muitos cristãos continuam a ter dificuldade em praticar sua fé", diz o relatório da Portas Abertas.
Alguns funcionários admitiram a ocorrência de tais práticas, oficialmente negadas pelo governo. Estima-se que existam 130 milhões de cristãos na China, embora seja difícil de verificar independentemente.
Fonte: Missão Portas Abertas via Holofote.net em 6 de abril de 2008
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