A aspiração dos crentes de se apartarem do que chamam "o mundo" já dificulta, por si só, o entendimento deles por quem não vê problema em ser um simples terráqueo.
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Mas o mundo não é coisa fácil da qual se apartar e, gostem ou não, os crentes têm que viver nele e conviver com o que dele é.
Mas o mundo não é coisa fácil da qual se apartar e, gostem ou não, os crentes têm que viver nele e conviver com o que dele é.
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Na vida cotidiana os crentes têm que interagir com "o mundo", cuja rejeição plena em prol de uma crida realidade mais alta só seria possível se o pio se tornasse um João Batista moderno, morando no deserto e comendo apenas gafanhotos e mel silvestre, alternativa que não é acolhida com entusiasmo naquela comunidade.
Na vida cotidiana os crentes têm que interagir com "o mundo", cuja rejeição plena em prol de uma crida realidade mais alta só seria possível se o pio se tornasse um João Batista moderno, morando no deserto e comendo apenas gafanhotos e mel silvestre, alternativa que não é acolhida com entusiasmo naquela comunidade.
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O grau de concessão ao mundano que os crentes têm como doutrinariamente admissível varia da rigidez dos legalistas conservadores – que são contra quase tudo que não tenha o selo de garantia da Igreja, aos liberais, que toleram até aquela coisa esquisita que é o white metal.
O grau de concessão ao mundano que os crentes têm como doutrinariamente admissível varia da rigidez dos legalistas conservadores – que são contra quase tudo que não tenha o selo de garantia da Igreja, aos liberais, que toleram até aquela coisa esquisita que é o white metal.
Sempre achei estranho nunca ter conhecido um crente, seja lá de que vertente fosse, que rejeitasse a coisa mais mundana de todas, o dinheiro. Mas eles certamente têm alguma explicação bíblica para isto.
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Se a dicotomia de rejeitar o mundo e ainda assim viver nele é difícil para muitos crentes, é ainda mais confusa para quem não consegue entende-los, já que, neste quesito, a diferença entre o discurso e a prática dos religiosos imita o nativo da anedota, que se veste e comporta como turista por conta de uma insatisfação crônica com suas próprias origens.
Se a dicotomia de rejeitar o mundo e ainda assim viver nele é difícil para muitos crentes, é ainda mais confusa para quem não consegue entende-los, já que, neste quesito, a diferença entre o discurso e a prática dos religiosos imita o nativo da anedota, que se veste e comporta como turista por conta de uma insatisfação crônica com suas próprias origens.
Embora os crentes costumem reagir a estes comentários acusando a impiedade de quem os coloca, o fato é que eles próprios são divididos e conflitantes quanto a esta questão.
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Um bom exemplo disto é o confronto entre os crentes radicais, defensores do isolacionismo, e os simpatizantes do chamado mundo gospel.
O primeiro grupo quer segregar seus fiéis do mundo mantendo-os a maior parte de seu tempo livre dentro das igrejas ou à serviço delas, enquanto o segundo se propõe a criar fora de seus templos um mundo de mentirinha e imitação, que estaria protegido das tentações do mundo real pela aplicação de algumas regras da igreja a atividades que absolutamente nada têm a ver com ela.
O primeiro grupo quer segregar seus fiéis do mundo mantendo-os a maior parte de seu tempo livre dentro das igrejas ou à serviço delas, enquanto o segundo se propõe a criar fora de seus templos um mundo de mentirinha e imitação, que estaria protegido das tentações do mundo real pela aplicação de algumas regras da igreja a atividades que absolutamente nada têm a ver com ela.
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É este mundo gospel que gera, além da música insuportável, exotismos como a boate gospel, o bar gospel e a balada gospel.
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A existência ou não de sentido lógico em chamar de bar um local cujo apelo de público é não vender nenhuma bebida alcoólica é um problema dos crentes, não meu. Mas se o objetivo deste manual é esclarecer pontos que dificultam aos não crentes entende-los, esta é uma das coisas que mesmo observadores atentos têm dificuldade de explicar.
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É difícil para os céticos compreender o mundo dos crentes também porque suas divergências internas o fazem de difícil compreensão até para os próprios.
A guerra dos mundos é o Capítulo 2 do Pequeno manual para entender os crentes disponível no Religião é Veneno, um site voltado ao ateísmo/ceticismo e coisas do gênero. Tomamos conhecimento por meio do Lion of Zion.
Imagem de 123 Royalty Free.
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