Pular para o conteúdo principal

Sagrado (65º episódio): Cristãos católicos

Segundo episódio tratando do tema Estado laico (limites entre religião e Estado; movimentos religiosos no Congresso Nacional). Antônio Manzatto está incumbido de responder às questões:
1) A existência de uma religião oficial inevitavelmente não estimula o sectarismo*?
2) Existe real imparcialidade num estado que assume suas raízes cristãs?
 
Tony Ramos cita Confúcio: “Quem só conhece a justiça, não vale aquele que a ama”.
 
 
 
 
 
 
O padre Antônio não respondeu diretamente à primeira pergunta, mas apenas expôs porque não é bom que o estado tenha uma religião oficial. Tentei achar algo na net a respeito, mas só encontrei de bom o texto Brasil: sem religião oficial – laicidade ameaçada. Pelo que ele diz (tá até meio confuso), há um plano aí para que o nosso país volte a ter uma religião oficial – e ela seria o catolicismo. Talvez seja essa a razão dos editores da série terem reservado a pergunta 1 para o padre Antônio.
 
O argumento errôneo do narrador, antes da 2ª pergunta, quer dizer que se os prédios/órgãos públicos ostentam símbolos cristãos, é porque o estado não é imparcial, isto é, não demonstra ser efetivamente laico. O Antônio, porém, traz uma resposta bem adequada. Só achei que, a exemplo de alguém que vi em algum meio de comunicação há pouco tempo, ele deveria dizer que o estado pode ser laico, mas que aqueles que o constituem não o são; e complementaria dizendo que se os símbolos cristãos continuam lá é porque certamente pouca ou nenhuma oposição foi feita à sua permanência nesses locais. É provável que ninguém tenha se ofendido por eles.
 
Quanto ao fato de nossa Constituição mencionar Deus, acho isso uma insinuação meio burra. Um de meus professores de história disse certa vez que as leis de várias nações ocidentais são influenciadas e embasadas em princípios bíblicos. Na formação desses textos deve ter havido consenso de que os valores da fé cristã são louváveis e aceitáveis, não? O que se quer fazer agora? Vasculhar a Constituição e remover tudo que tenha influência de qualquer fé/crença? Será que, removidas as influências cristãs, sobra algo realmente justo nas leis, nós códigos? Será que a própria noção de “justiça” não sumiria?
 
* sectarismo: estreito espírito de seita; espírito ou atitude sectária; intolerância/intransigência (Dicionário Aurélio, edição de 2004)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

William Barclay, o falso mestre

  O texto a seguir foi traduzido por mim, JT. Encontrado em inglês neste endereço . As citações de trechos bíblicos foram tiradas da bíblia Almeida Revista e Atualizada (ARA).     William Barclay, o falso mestre Richard Hollerman Estamos convencidos de que muitas pessoas não percebem o quão difundido o falso ensinamento está em nossos dias. Elas simplesmente vão à igreja ou aceitam ser membros da igreja e falham em ter discernimento espiritual com respeito ao que é ensinado pelo pastor, pregador ou outro "sacerdote". Elas meramente assumem que tudo está bem; caso contrário, o quartel-general denominacional certamente não empregaria uma pessoa em particular para representar sua doutrina publicamente. Esta é uma atitude desgraçadamente perigosa a sustentar, uma que nos conduzirá de forma desencaminhada e para dentro do erro. Alguns destes erros podem ser excessivamente arriscados e conduzirão ambos mestre e ouvinte à condenação eterna! Jesus nos advertiu sobre os fa...

Deus pegou no meu bilau

Bom pessoas e mudando um pouco de assunto, deixo pra vocês um texto muito bom do Marcos Botelho , leia e não esqueça de comentar. É lógico que você ficou escandalizado com o título desse artigo, não era para ser diferente, você é um brasileiro que cresceu com toda cultura e tradição católica latino americana onde os órgãos sexuais são as partes sujas e vergonhosas do corpo humano. Mas não é assim que Deus vê e nem que a bíblia fala do seu e do meu órgão sexual, a bíblia está cheia de referências boas sobre o sexo e sobre os órgãos sexuais, mesmo percebendo claramente que os tradutores tentaram disfarçar. Na narração de Gênesis 2.7 vemos Deus esculpindo o homem do barro, isso foi um escândalo para os outros povos e religiões, principalmente para os gregos que acreditavam que nenhum deus poderoso poderia tocar na matéria, principalmente no barro como um operário fazia. Hoje não temos a dificuldade de acreditar que Deus, na criação, sujou a mão de barro, mas temos tremenda dificuldade d...

O que aprendi com Esaú

Por Gonzaga Soares Gosto dos coadjuvantes da bíblia. Me identifico com eles, não sei ao certo o motivo. Talvez por não estarem sob os holofotes da trama, na qual figuram em plano secundário. Na historia dos gêmeos bíblicos, o foco narrativo é centrado em Jacó, restando a Esaú o papel de coadjuvante na trama de seu irmão. Todos conhecem a historia de Jacó, um relato bíblico cheio de intrigas, trapaças, traições e temor. Desde da primeira vez que li o texto bíblico, simpatizei com Esaú, que diante da traição da mãe e do irmão, sempre demostrou um caráter admirável. E como em um filme ou romance literário em que você torce pelo mocinho, que sofre com as maldades do vilão, eu torcia para que no final da história Esaú desse uma boa sova em Jacó. No entanto, o final da história é surpreendente e contraria todos os romance e filmes, em uma manifestação de pura graça.  Quando Jacó resolve regressar do seu exílio de vinte anos imposto pelo pecado que cometera contr...