Pular para o conteúdo principal

Sagrado (77º episódio): Muçulmanos

Sétimo e último episódio do tema: Destino ‘versus’ livre arbítrio. Sami Armed Isbelle aparece no lugar do xeique Armando Saleh para responder às seguintes perguntas:
1) Destino e livre arbítrio podem se complementar?
2) O homem muitas vezes atua de forma destrutiva. Conflitos armados, explorações do meio ambiente, ações políticas parecem traçar os rumos da sociedade. Sofremos as consequências de escolhas erradas ou a humanidade estava destinada a esses eventos?
 
Stenio Garcia cita Sêneca: “O destino conduz o que consente e arrasta o que resiste”.
 
 
 
 
 
 
O posicionamento do islamismo sobre o tema é, na verdade, algo que ele herdou do cristianismo e do judaísmo. As situações que fogem ao nosso controle, algo em que o Armed falou, são nada mais que as provações pelas quais passamos.
 
As palavras do Sami Armed mostram que também o islamismo crê em livre arbítrio. Dessa forma, os representantes de cada religião abordada na série derrubaram o mito de que não temos livre escolha na vida, de que somos escravos do destino. Como o narrador mesmo falou, essa crença relativa ao destino é algo mítico que existe há muito tempo. Pelo menos no mundo cristão ocidental esse mito deve ainda perdurar na mente de alguns em virtude de não compreenderem a onisciência e onipotência de Deus. O fato dEle saber o que vai acontecer não significa que tudo já foi pré-estabelecido e que nós, por causa disso, não temos a capacidade de fazer escolhas na vida.
 
“Os limites determinados por Deus” de que o Armed fala devem ser, creio eu, as leis naturais (leis da física, da biologia, o clima, a moral(?) etc.). Quando o homem dá uma forçada de barra, ele colhe as consequências de suas escolhas erradas – é a lei da semeadura, lembram?
 
A frase de Sêneca citada aqui é válida dentro de contextos muito particulares. Ela não pode ser aplicada ao contexto espiritual, pois, se assim o fizermos, quererá dizer que se fatalmente todo homem é tendencioso ao pecado, então não adianta resistir, lutar, contra ele! Coisa que nós, cristãos, sabemos não ser verdade.
 
DESTINO (iDicionário Aulete) = 1. Sequência de acontecimentos e situações pretensamente predeterminados, na existência humana. 2. Por extensão: força supostamente insuperável que regeria essa predeterminação.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O escafandro e a borboleta

Uma dica de filme bacana, um motivacional apesar de não ser um filme cristão.     por Juliana Dacoregio   Impossível assistir a O escafandro e a borboleta (França/EUA, 2007) e não pensar em valorizar mais a própria vida. É o pensamento mais simplista possível, mas é também o mais sábio. Eu estava com um certo receio de assistir ao filme. Sabia do que se tratava e não queria sentir o peso da tragédia daquele homem. É uma história realmente pesada. E por mais que Jean Dominique Bauby – que, baseado em sua própria história, escreveu o livro homônimo que deu origem ao filme – conseguisse rir apesar de sua situação, o riso dele faz só faz aumentar o nosso desconforto, por ficar evidente que seu rosto permanece estático enquanto há emoções em seu interior.   Bauby se viu preso em seu próprio corpo em 1995, quando sofreu um derrame que o deixou totalmente paralisado e incapaz de falar. Apesar disso ele não teve sua audição e visão afetadas e suas faculdades mentais continuar

William Barclay, o falso mestre

  O texto a seguir foi traduzido por mim, JT. Encontrado em inglês neste endereço . As citações de trechos bíblicos foram tiradas da bíblia Almeida Revista e Atualizada (ARA).     William Barclay, o falso mestre Richard Hollerman Estamos convencidos de que muitas pessoas não percebem o quão difundido o falso ensinamento está em nossos dias. Elas simplesmente vão à igreja ou aceitam ser membros da igreja e falham em ter discernimento espiritual com respeito ao que é ensinado pelo pastor, pregador ou outro "sacerdote". Elas meramente assumem que tudo está bem; caso contrário, o quartel-general denominacional certamente não empregaria uma pessoa em particular para representar sua doutrina publicamente. Esta é uma atitude desgraçadamente perigosa a sustentar, uma que nos conduzirá de forma desencaminhada e para dentro do erro. Alguns destes erros podem ser excessivamente arriscados e conduzirão ambos mestre e ouvinte à condenação eterna! Jesus nos advertiu sobre os farise

O natal por Ed René kivitz

O Natal não é um só: um é o Natal do egoísmo e da tirania, outro é o Natal da abnegação e da diaconia; um é o Natal do ódio e do ressentimento, outro é o Natal do perdão e da reconciliação; um é o Natal da inveja e da competição, outro é o Natal da partilha e da comunhão; um é o Natal da mansão, outro é o Natal do casebre; um é o Natal do prazer e do amor, outro é o Natal do abuso e da infidelidade; um é o Natal no templo com orquestra e coral, outro é o Natal das prisões e dos hospitais; um é o Natal do shopping e do papai noel, outro é o Natal do presépio e do menino Jesus. O Natal não é um só: um é o Natal de José, outro é o Natal de Maria; um é o Natal de Herodes, outro é o Natal de Simeão; um é o Natal dos reis magos, outro é o Natal dos pastores no campo; um é o Natal do anjo mensageiro, outro é o Natal dos anjos que cantam no céu; um é o Natal do menino Jesus, outro é o Natal do pai dele. O Natal de José é o instante sublime quando toma no colo o Messias. A partir daquela primei