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Geração tolerância é o título da matéria especial da revista Veja atual (edição 2164), um texto que mostra (ou tenta mostrar?) que a juventude brasileira de hoje está se tornando menos preconceituosa com relação ao homossexualismo. Num texto onde a visão da coisa sob a ótica religiosa é deixada de lado e que reúne o depoimento aberto de adolescentes que se assumiram a homossexualidade é apresentada como algo natural e num tom “tem mais é que ser aceita por essa sociedade careta”.
Em certo trecho da reportagem está a frase de um filósofo: "A experiência mostra que o desconforto com o preconceito cria um ambiente propício para que ele vá sendo exterminado". Parece que o que se quer mostrar lá é que o melhor é liberar geral logo e aceitar tudo numa boa. Noutra parte uma mãe relata que rezou para que seu filho mudasse a opção sexual fora do comum, mas que com o tempo acabou aceitando a escolha dele.
Uma boa leitura para quem quer se inteirar do que anda pensando nossa sociedade atualmente, se é que isso é novidade para alguém, seja cristão ou não. Veja espie abaixo.
Apresentar boletim escolar com notas ruins, bater o carro novo da casa, arrumar inimizade com o vizinho já são situações difíceis de enfrentar diante do tribunal familiar, com aquela atemorizante combinação de intimidade com autoridade dos pais. Imagine parar ali diante deles e dizer a frase: "Eu sou] gay". Não é fácil para quem fala, menos ainda para quem ouve. As mães se assustam, mas logo o amor materno supera o choque do novo. Os pais demoram mais a metabolizar a novidade. A orientação sexual ainda é e vai ser por muito tempo uma questão complexa e tensa no seio das famílias. Isso muda muito lentamente. O que mudou muito rapidamente, porém, foi a maneira como a homossexualidade é encarada por adolescentes e jovens no Brasil. Declarar-se gay em uma turma ou no colégio de uma grande cidade brasileira deixou de ser uma condenação ao banimento ou às gozações eternas. A rapaziada está imprimindo um alto grau de tolerância a suas relações, a um ponto em que nada é mais feio do que demonstrar preconceito contra pessoas de raças, religiões ou orientações sexuais diferentes das da maioria.
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Esses meninos e meninas estão desfrutando uma convivência mais leve justamente em uma fase da vida de muitas incertezas, quando a aceitação pelos pares é decisiva para a saúde emocional e mental. Isso é um avanço notável. Por essa razão talvez, a idade em que um jovem acredita que definiu sua preferência sexual tem caído. Uma pesquisa feita pelas universidades estaduais do Rio de Janeiro (Uerj) e de Campinas (Unicamp) tem os números: aos 18 anos, 95% dos jovens já se declararam gays. A maior parte, aos 16. Na geração exatamente anterior, a revelação pública da homossexualidade ocorria em torno dos 21 anos, de acordo com a maior compilação de estudos já feita sobre o assunto. À frente do levantamento, o psicólogo americano Ritch Savin-Williams, autor do livro The New Gay Teenager (O Novo Adolescente Gay), resumiu a VEJA: "O peso de sair do armário já não existe para os jovens gays do Ocidente: tornou-se natural".
CLIQUE AQUI para ler o restante da matéria. Lá tem um link para uma seção de perguntas e respostas sobre a proposta feita pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, sugerindo o reconhecimento legal da união estável de casais de gays e lésbicas.
Leia também (no blog do Julio Severo):
■ Propaganda das antas: Revista Veja reforça tendenciosidades globais (fala dessa matéria aí da Veja)
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