Uma homenagem a APAES do Brasil e a semelhantes.
Nesta semana iniciou a semana do excepcional, comemorada em todo o território nacional. Estivemos num momento muito gracioso compartilhando o amor de Deus com voluntários, funcionários e alunos da nossa querida APAE Rolândia-PR. E o meu artigo hoje parte exatamente da sensibilidade a este momento. Meus pensamentos foram iluminados para uma passagem bíblica muito conhecida, que é o texto de Êxodo 4.11 que se lê
“Respondeu-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?”
Em vários momentos da vida já fui questionado porque Deus faz uma criança, “que não fez nada”, nascer sem os movimentos do corpo? E esta sempre foi uma espinha de peixe a ficar entalada na minha fé. Entretanto, quando o meu filho nasceu, ele teve sofrimento fetal, aspirou mecônio, tendo que sair as pressas do hospital João de Freitas-Arapongas-PR, nasceu na terça 05/08/03 às 17h e às 24h foi internado no hospital Santa Lúcia em Apucarana-PR, porque ali Deus abriu uma vaga na UTI neonatal, e chegando àquela instituição, o diagnóstico dele foi falência múltipla dos órgãos, após onze dias de UTI, Deus o ressuscitou de uma maneira extraordinária.
Alguns meses depois fomos encaminhados a APAE de Rolândia-PR onde fomos benignamente acolhidos, e nestes quase cinco anos (meu filho está com cinco aninhos), Deus tem me levado a entender algumas coisas que anteriormente eram difíceis de compreender.
Diante desta realidade Deus levou-me a um tour pelo seu coração nas páginas extraordinárias da sua Palavra. Comecei pelo Gênesis, e observei que havia sempre uma expressão bíblica ao final de tudo quanto Deus criara, “E viu Deus que isso era bom”, todavia, quando Deus criou o homem foi diferente, primeiro que para criar o homem, Deus não chamou o homem a existência, como fez com tudo que anteriormente tinha criado, a Bíblia diz que “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn 2.7), de igual modo, quando criou a mulher “E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe” (Gn 2.22).
Deus “literalmente” pôs a sua mão na criação do homem/mulher. Outro aspecto importante notar que ao final da formação do homem, não segue a mesma expressão “E viu Deus que isso era bom”, Deus não criou o homem para admirá-lo, Deus criou o homem para relacionar-se com ele. E neste relacionamento transcorria a existência de Adão e Eva com Deus, o pecado vai interromper abruptamente este relacionamento, o homem que vivia de maneira harmoniosa com toda a criação e dela usufruía seu alimento de uma maneira prazerosa.
Após a queda, a terra se torna maldita por nossa causa, e obteremos dela o sustento em meio a dores e fadigas. O homem então passa a relacionar com tudo que existe na proporção causa e efeito, ou seja, tudo vale a pena se puder retribuir ao meu esforço, e dele extrair alguma vantagem. O conceito do prazer em relacionar, não mais existe porque o homem ficou desprovido da fonte que é o amor, que é Deus. O próprio Deus compadecido pelo homem, já tinha plantado no jardim a arvore da vida que apontava para Jesus.
Jesus veio e encarnou como Deus Emanuel, este caminho perdido no Éden, é retomado naquele que é O Caminho, e Jesus estabelece aquilo para o qual fomos criados para relacionarmos com Deus. Por isso Jesus relaciona com todos, não há acepção de pessoas, ele retoma aquilo que foi perdido no Éden e torna-se a Porta, O Caminho, para este relacionamento com o Pai. Este é o grande motivo de Deus fazer crianças que sofrem de alguma deficiência física, porque Deus não valoriza o ser humano pela capacidade de fazer coisas, Deus não inferioriza o homem porque está limitado por algum aspecto físico, nós homens caídos, sim, por isso nós questionamos: porque Deus faz isso com uma criança? Exatamente, porque a ótica de nós homens é esta: O homem passa a ser a partir daquilo que ele começa a produzir dentro da sociedade, seja com palavras, com atitudes, com o trabalho, com a intelectualidade, com a beleza; com Deus o caminho é inverso, o homem é, Deus não criou Adão e disse que rapaz bonito, que homem perfeito, a ótica da perfeição e da beleza divina é o amor. Deus não tem problemas com o tetraplégico, nós sim, porque não conseguimos enxergar com os olhos de Deus. A solução é entregar o ser a Cristo e através Dele os nossos corações contemplarem com o olhar de Deus que é o olhar do amor. Quando enxergamos com o olhar de Cristo, não enxergamos mais cor, raça, idade, físico.
A minha oração a Deus em prol de todos os voluntários, familiares e funcionários da APAE é que Deus continue a gotejar nos vossos olhos o colírio da cruz para que vossos olhos continuem a enxergar estas preciosidades de Deus (alunos), como Deus de fato os enxerga. Com olhar de amor.
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