Matéria da revista História Viva que começa com as palavras: “Os palestinos se dizem herdeiros dos cananeus e reivindicam a posse da terra dividida. Em 4 mil anos, esse povo sofreu a dominação de egípcios, babilônios, gregos, romanos e otomanos, e até hoje não tem um Estado”. Legal pra gente entender como começou toda a “pendenga” naquela região e como/porque se estende até hoje.
Leia o início da matéria transcrito abaixo.
Força britânica na Palestina em 1917. [Hulton-Deutsch Collection em História Viva]
Houve um tempo em que grupos palestinos, para legitimar a luta pela posse do território que habitavam, alegavam ser descendentes dos filisteus, que desembarcaram nas costas de Canaã 12 séculos antes de Cristo. Essa anterioridade na ocupação da área seria a prova do direito a ela. Do pouco que se sabe desse “povo do mar”, porém, sua origem não é semítica, ou seja, os filisteus vieram de fora do Oriente Médio, o que torna difícil acreditar que fossem ancestrais dos palestinos.
De uma década para cá, o discurso mudou, e alguns palestinos passaram a reivindicar a herança dos cananeus, primeiros habitantes da região, segundo eles. Em 1996, a Autoridade Palestina, entidade que governa os territórios árabes autônomos na região, que atuou exilada na Tunísia no período anterior, até ressuscitou a festa da primavera, restabelecendo o culto ao deus Baal e às antigas divindades de Canaã. Na ocasião, Iasser Arafat (1929-2004), chefe histórico da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), recebeu o título de “primeiro cananeu”.
A evocação de um passado assim nebuloso ignora o fato de a região ter sido ocupada, por volta de 2000 a.C., por outros povos e vizinhos poderosos. As fontes históricas e a Bíblia mencionam os amoritas, os hititas, os perizitas, os hurritas e os jebusitas. Além disso, a região conheceu vários senhores: os egípcios dos faraós Séti I e Ramsés II, os assírios, os babilônios, os persas do imperador Ciro, os gregos de Alexandre, os romanos de Pompeu, os árabes e os otomanos.
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