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Estamos preparados para um avivamento?

Vira e mexe a gente vê esse tema – avivamento, avivamento nos últimos tempos etc. – por aí. O texto abaixo é do Victor, lá no Celebrai, e não é nem algo novo; é uma republicação, feita no mês de maio, de algo que já haviam postado lá antes (quando, eu não sei!), o que mostra que o assunto ainda é atual.
 
O texto não fecha o assunto, mas serve para, pelo menos, digamos… botar mais lenha na fogueira, além de nos remeter a uma reflexão, é claro. Você está preparado para um avivamento?
 
 
 
Fogo a postos_994169 (Olhares)De uns dois ou três anos para cá tem se alastrado no Brasil um movimento que diz clamar por um real avivamento. Muitos pastores, grupos musicais, missionários andam dizendo: “ é tempo de avivamento”, ou “o Brasil será do Senhor” (...) e tantas outras frases que têm rotulado esse tal movimento. Mas a grande realidade, e não se assustem com tal afirmação, é que a igreja cristã brasileira não se encontra em reais condições de receber um avivamento da parte de Deus.O movimento pentecostal, uma das maiores vertentes evangélicas no país, tem incorporado essa idéia e com isso tem sido um dos maiores divulgadores desse pensamento, uma vez que acreditam ter maiores e melhores experiências com Deus, de terem mais intimidades com Senhor. No entanto, a busca por esse avivamento fere muitos princípios bíblicos e, tanto esse movimento como as igrejas pentecostais, sustentam o seguinte pensamento acerca do assunto:
  • Proclamam um avivamento cuja a principal finalidade é receber poder: os crentes devem buscar isso para serem abençoados e vencerem os inimigos. Usa-se o seguinte slogam nessa idéia: “seja intimo de Deus e Ele realizará grandes coisas em sua vida”;
  • Proclamam por um avivamento para que a igreja volte a caminhar na direção correta (segundo o pensamento deles): a prioridade é apenas evitar escândalos para a igreja não ser ridicularizada;
  • Proclamam por um avivamento para mostrar a essa geração que Jesus funciona.

As três idéias presentes nessa busca não está nem um pouco alicerçada no que a bíblia ensina sobre avivamento. Para começar qualquer manifestação de Deus hoje no meio do seu povo, a igreja precisa voltar a pregar um dos maiores princípios de Jesus:

24. Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;25. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.26. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?27. Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.(Mt 16 v 24-27).

Não se pode falar sobre avivamento sem que se passe primeiro por esse ensinamento do Mestre. Os grandes divulgadores desse movimento não estão preocupados em se arrependerem de suas obras, e, se a lógica da Igreja de Éfeso estiver correta, nós precisamos, antes de pedir qualquer coisa a Deus, voltar ao primeiro amor.

Não podemos aceitar um avivamento que nunca, em nenhuma hipótese, enfatizou uma mudança de pensamento e de praticas realizadas pelos crentes. Hoje a igreja só está preocupada em divulgar sobre um Deus que faz, aumentando, assim, cada vez mais, o espírito de competição que se apodera do mundo e que tem tornado os homens a cada dia em seres mais arrogantes e egocêntricos. Para que ocorra avivamento a igreja precisa rejeitar o reino ambicioso e voltar a se apegar no reino do amor, pois não podemos continuar reproduzindo o sistema (o que na minha opinião esse é o tipo de mundanismo que a bíblia trata). Como podemos ser avivados se as mensagens tem nos afastado do principio cristão de “negar a si mesmo”, e nos conduzido aos verdadeiros moldes do mundo, preferindo mais as coisas terrenas do que as verdades celestes? Por isso afirmo: estamos longe de um avivamento.

Como aderir a esse movimento se eles apenas buscam colocar a igreja nos trilhos para não ser tão ridicularizada? Tudo o que temos visto sobre escândalos no meio dos evangélicos nada mais é que o resultado de uma doença que a própria igreja contraiu, simplesmente por não estar mais incorporada na causa de Cristo. Os crentes já não crêem que o reino de Deus em si é algo promissor, estão interessados nos benefícios que ele proporciona.

Um pregador certa vez disse: “a grandeza de uma causa não está nos benefícios pessoais relativos a ela, mas sim no preço que se está disposto a pagar por ela”, dessa forma, o reino de Deus é promissor não por aquilo que ele oferece, mas pela capacidade de harmonizar as pessoas em torno do bem comum e da justiça. Então, para sermos avivados precisamos voltar a crer que no reino de Deus novas expectativas são alcançadas por aquilo que representa, e não por aquilo que proporciona. Por isso, um movimento que apóia os benefícios individuais, conduzindo o coração das pessoas para longe do verdadeiro propósito do reino, não deve ser levado a sério.

Como dar razão a um movimento que clama por avivamento para tentar comprovar que Jesus funciona? Será que estes anunciadores se esqueceram que quem tenta comprovar a funcionalidade de seu deus são os profetas de Baal? O desejo de Jesus nunca foi , em momento algum, que o seu nome fosse reconhecido pelo que ele faz, pelo contrario, ele fazia questão do seu nome ser conhecido da seguinte maneira: “nisto conheceram que sois os meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. João também vai nos mostrar maneira pela qual devemos declarar a existência de Deus: através do amor, por que Deus é amor. Por isso, em sua epistola ele conta que “se amamos o próximo, conhecemos a Deus e, assim, verdadeiramente o amor de Deus está em nós”. Dessa forma, entende-se melhor o que Tiago diz no segundo capítulo de sua epístola:

14. Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?15. E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano,16. E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?17.Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.

Com essa declaração surge então a seguinte pergunta: qual a finalidade de um avivamento? Assim como Deus é amor, o avivamento deve ser concebido sob esta ótica, conclui-se, então, que a finalidade do avivamento é transformação da realidade do homem., e não para receber poder. Capacitação de poder é para o anuncio do Evangelho e avivamento é para a transformação da realidade em comunhão com todos.

Quando as igrejas se conscientizarem disso e mudarem, e este movimento anunciar este principio de Jesus, aí sim receberemos avivamento.

Enquanto isso não acontece, vamos tentar nos equilibrar na fé seguindo o conselho de Paulo: Quem esta de pé olhe para que não cai; e orar a Deus clamando: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.

Deus tenha piedade de nós,

Foto de Pedro Bolito em Olhares

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