Toco a campainha e abrem o portão. Às quartas-feiras, a partir das 20h30, ele fica aberto, sem necessidade de tranca. Mario Mansho recebe os amigos em casa. É a reunião de uma 'célula' dos membros da Bola de Neve Church. Reúnem-se para cantar, estudar a Bíblia e compartilhar os problemas e alegrias. Problemas que levaram a família Mansho à igreja.
Caio, filho de Mario, começou a se envolver com drogas, aos 15 anos. Assumiu também uma hostilidade que levou o pai a procurar o padre da paróquia que frequentava. Nunca recebeu uma visita sequer, nem houve intenção de ajudá-lo. O primo de Caio já frequentava a Bola de Neve e um dia, acompanhado pelo apóstolo Rina, líder da igreja evangélica, passou na casa do tio, para uma visita. Rina soube da história de Caio e perguntou se podia entrar, para orar pelo garoto e conversar com ele. Convidou a família Mansho a visitar a igreja que, aos poucos, foi se sentindo acolhida na comunidade.
Mario conta que era católico ferrenho e não vê problema em alguém frequentar as missas, mas se decepcionou quando precisou das pessoas fora da paróquia. Ele conta, com lágrima nos olhos, como passava em frente ao quarto de Caio, ouvia xingamentos e um "Eu te odeio" no final. Mario apenas respondia: "Eu te amo".
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