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A TV Globo ficou boazinha?

Pra ler depois de ter assistido àquela série de reportagens da Globo sobre as obras sociais das igrejas evangélicas brasileiras.
 
 
 
Robinson Cavalcanti (na Ultimato)
 
Old School TV (Dario Estrelinha Branco)_1943499 (Olhares)Fui surpreendido, assistindo à TV Globo nos Estados Unidos (onde ela localmente proíbe publicidade de igrejas), com a série “Os Evangélicos” e a divulgação de ministérios sociais da Assembleia de Deus, dos presbiterianos, metodistas, adventistas, batistas e luteranos. A Globo nunca abriu espaço para as igrejas evangélicas, e a única exceção foi a transmissão da Cruzada Billy Graham Grande Rio, nos anos 70, com o Maracanã lotado pela primeira vez desde o final da Copa de 1950, por pressão do regime militar, como consta da biografia autorizada de Billy Graham, escrita por John Pollock. Naquela cruzada, o bispo Sherrill foi um dos co-presidentes e o arcebispo de Cantuária, reverendíssimo Michael Ramsey, vestido de cassoque púrpura, falou da plataforma, com os pentecostais e batistas de olhos arregalados diante de um arcebispo protestante, traduzido pelo reverendo Benjamim Moraes, da Igreja Presbiteriana.

Pois bem! Durante esses anos a Globo tem “feito a cabeça” de milhões de brasileiros, com um modelo de vida urbano-burguesa-secular, em que igreja só entra para festa de casamento, os costumes são liberalizados, as personagens de suas novelas não praticam religião e o homossexualismo é promovido. Os protestantes ou são ignorados, ou são pintados negativamente, ou aparecem como personagens que são caricaturas ridículas. Temos sido excluídos por décadas e temos testemunhado impotentes ao poder deseducativo daquela rede de comunicação, que cresceu no regime militar, foi assessorada pelo grupo Time-Life, de braços com o ministro da Comunicação Toninho Malvadeza (ACM).

E, agora, a Globo “se converteu”? Longe disso.

Os caras são sabidos e são comerciais. No início da série o apresentador fala que somos 15% da população (mais ou menos 25 milhões de pessoas), ou seja, um imenso mercado, cujo desconforto com as posturas da empresa eles percebem.

Com Jade ela promoveu o islamismo; com Caminho das Índias, o bramanismo; e se fala em uma próxima novela que promoverá o budismo.

Lembro-me de um pastor pentecostal, meu amigo, que após a edição manipulativa da Globo do debate final entre Lula e Collor em 1989 (hoje ambos “aliados”), beneficiando, escandalosamente, este último, programou o seu aparelho de televisão para não receber o sinal da Globo, como forma de protesto e para melhor garantir a saúde espiritual e moral da sua família.

Portanto, meus irmãos, nada de comemorações apressadas, nada de ingenuidade. A TV Globo continua a mesma, e nós os evangélicos temos de desenvolver um espírito crítico diante da mídia, buscar alternativas (como a Rede Brasil e outras), cobrar, propor e, sempre que necessário, protestar, pois, afinal, somos ou não somos protestantes?...

High Springs, Flórida, 1º de junho 2009.
 

Foto de Dario Estrelinha Branco em Olhares

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