Ocorreu ontem, noite de 27 de abril na IBAB um debate sobre o livro A Cabana de Willian P. Young. Ed René Kivitz atuou como mediador entre o pastor Ariovaldo Ramos e Ricardo Gouvêa, atual pastor da Igreja Presbiteriana do Limão. O debate faz parte do fórum de reflexão teológica que atualmente está com o tema Deus no banco dos réus.
De minha parte sou suspeito a dizer sobre os debatedores, principalmente de Ricardo Gouvêa, que me auxiliou muito em uma fase difícil minha com a igreja, em 2005 participei com ele da Comunidade do Sumaré praticamente todos os domingos pela manhã, ouvindo e conversando com ele sobre igreja, espiritualidade, e amizade. Nosso último encontro faz uns dois anos e fiquei muito contente em rever ele e também de sua participação no debate ao lado de Ed René e Ariovaldo. Fiz algumas fotos que compartilho com todos neste post também [veja todas fotos no post original].
O debate foi um ping-pong onde Ed René leu algumas perguntas da platéia e alternadamente os debatedores davam sua interpretação as questões levantadas. Entretanto, antes das perguntas Ed René abriu espaço de 10 minutos para cada debatedor falar sobre sua impressão do livro.
Polêmico e instigador como sempre, Ricardo Gouvêa iniciou sua fala dizendo que o livro A Cabana do ponto de vista literário é uma obra medíocre demais. Que o livro nunca será um clássico da literatura cristã como foi, por exemplo, O Peregrino de John Bunyan. Gouvêa afirmou que William P. Young não é um homem das artes literárias, mas simplesmente um teólogo que escreveu uma obra de ficção apresentando conceitos sobre Deus. A responder uma pergunta de Ed René sobre o que o livro diz sobre o sofrimento, Gouvêa diz que o problema do sofrimento não tem solução e que o evangelho não tem obrigação de dar esta resposta; que devemos reconhecer que o sofrimento faz parte da raça humana e que o autor do livro mostra que Deus sofre conosco, sendo que o maior sofrimento foi feito com seu filho Jesus na cruz. Gouvêa afirma, entretanto, que o livro apesar de polêmico, é bastante conservador em sua teologia, pois falando sobre pecado original, trindade e soberania divina, apresenta os conceitos clássicos da teologia. É a velha história da salvação recontada de uma nova forma e roupagem. Gouvêa também diz que não gostou do final do livro “Happy End” em que tudo dá certo no final e o criminoso é preso. Gouvêa termina sua fala citando um trecho do livro na página 176: “A fé não cresce na casa da certeza”.
Ariovaldo Ramos disse não querer analisar o livro como obra literária, mas sim como um livro que apresenta uma visão sobre Deus e o sofrimento, pois no quando Deus é questionado em relação ao que faria a respeito do sofrimento humano, a resposta é que Deus já fez através de Cristo na cruz. Ariovaldo explica que por ser de origem anglo-saxônica, o autor é influenciado a terminar o livro com um final feliz. Ariovaldo afirmou que gostou da interpretação dada pelo autor em relação à trindade, pois ali está o conceito de paternidade, maternidade e filiação.
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