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G. K. Chesterton - Relíquias de um pensador


Chesterton

Esta semana a seção grandes escritores traz até vocês um dos maiores pensadores cristãos de todos os tempos: G. K. Chesterton, um cristão que nas palavras de Philip Yancey "Desatou sua mente em vez de contê-la, que combinavam um sabor de sofisticação com a humildade que ele não exigia de outros e, acima de tudo, que havia experimentado a vida com Deus como uma fonte de alegria, não de repressão".

Nascido em Londres, no ano de 1874, Chesterton era daqueles sujeitos que não conseguem passar despercebido aonde quer que estejam. A irreverência, o bom-humor e a eloqüência, associados a dois metros e nove centímetros de altura e a um peso médio de 140 quilos, transformavam qualquer ambiente; quer uma festa de aniversário infantil ou um acalorado debate com Bertrand Russel.

Chesterton era uma "máquina" intelectual. Escreveu mais de 4.000 artigos para jornais. Não bastasse a infinidade de artigos, escreveu mais de 100 livros e aproximadamente 200 contos, quase todos ditados para sua secretária. Destacam-se ainda as biografias sobre Tomás de Aquino e Francisco de Assis, além do livro O homem que foi quinta-feira (The Man Who Was Thursday) e a série de livros ficcionais que contam as peripécias protagonizadas pelo personagem Padre Brown.

Sua obra literária é tão versátil quanto marcante. Além de Ortodoxia, em que expõe os pilares da fé cristã, Chesterton escreveu Everlasting Man [O homem eterno], obra responsável por levar um jovem ateu, C. S. Lewis, ao cristianismo. Também é atribuída a Chesterton, decisiva influência na vida de líderes de movimentos de libertação como Michael Collins (Irlanda), Mahatma Gandhi (Índia) e Martin Luther King (Estados Unidos).

Chesterton era extremamente consciente de sua fé. Mesmo quando tachado de retrógrado, não se intimidava em defender o ideário cristão e opunha-se, sem pedir licença, ao encantamento que o socialismo, o relativismo, o materialismo e o ceticismo despertavam na intelligência européia da primeira metade do século XX.

Gilbert Keith Chesterton faleceu em 14 de junho de 1936, em sua residência, na cidade de Beaconsfield (Reino Unido), ao lado de sua esposa Frances Blogg, deixando marcas inesquecíveis em mestres da literatura como Ernest Hemingway, Graham Greene, Jorge Luis Borges, Gabriel García Márquez, Marshall McLuhan, Dorothy L. Sayers, Agatha Christie, Orson Welles e T. S. Eliot, que certa feita afirmou: "Chesterton merece o direito perpétuo a nossa lealdade".

G. K. CHESTERTON PARA INICIANTES

Naturalmente, sugiro que você comece com Ortodoxia.

Se gostar deste livro, deve prosseguir e ler The Everlasting Man, que é o resumo que Chesterton fez da vida de Jesus, e suas biografias São Francisco de Assis e São Tomás de Aquino[1]: Há várias coleções impressas de seus ensaios, e, para o leitor insaciável, a Ignatius Press tem se engajado há algum tempo na enorme tarefa de publicar a obra Collected Works de Chesterton, em 45 volumes, a maioria dos quais já está disponível. E, certamente, os amantes da ficção apreciarão seu O homem que foi quinta-feira e as histó­rias do Padre Brown.

Existem várias biografias de qualidade sobre a vida de Chesterton, mas nenhuma é mais interessante (ou mais loucamente seletiva) que sua própria Autobiography. Para obter uma variedade de ensaios e resenhas, tanto de autoria de Chesterton quanto sobre ele, veja também o informativo trimestral The Chesterton Review, produzido pela Seton Hall University.

[1] Publicado pela Editora Ediouro.

(Fonte: Alma Sobrevivente - Philip Yancey)

Comentários

Rafael Azevedo disse…
Chesterton foi um grande católico, um dos muitos grandes pensadores da nossa Igreja.
Anônimo disse…
Acho melhor vê-lo grande pensador cristão, Rafael. Ser católico é apenas um detalhe, não?


JT Ollemhebb [Muralista]

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