Pular para o conteúdo principal

Tire férias do mundo

young girl relaxing in green grass

Preciso dar um tempo para a minha mente, deixar ela sair livre por aí sem nenhum obstáculo. Quero olhar as coisas sem julgar nada sobre elas, e gostaria que tudo me olhasse da mesma forma.

Um tempo para deixar de ouvir as pessoas dizerem como o mundo deveria ser. Preciso deixar que a vida bata na minha pele, e que eu a absorva numa forma de osmose vital.

Não quero ler nenhum blog que diz que a igreja deveria fazer assim ou de outro jeito, ou que os livros deveriam tratar disso ou daquilo. Quero abandonar a didática de lado por alguns dias, e ver como é viver sem a busca constante do conhecimento, e deixar que a sabedoria me abrace, em um susto, um lapso, venha e me assuste. O prazer da descoberta!

Palavras como as que eu uso nesse texto seriam banidas nesse tempo. Eu não vou querer nada, não preciso de coisa alguma, não tenho que fazer absolutamente nada. Só viver.

Alguns dias para viver, sem a busca constante do sobreviver. Não quero ser o espécime mais forte, as coisas seguirão um curso mesmo que isso signifique a minha extinção.

Quero ler textos vagos, com ou sem mensagens em suas entrelinhas. Se as entrelinhas existirem, elas saltarão aos olhos daqueles que, como eu, estarão de férias do mundo, em uma estadia na verdadeira vida.

Colocaremos um fone de ouvido! Realmente não temos que escutar nada, só a música que sai de dentro de mim. Talvez ela seja triste ou silenciosa, mas é disso que precisas exatamente agora.

Precisa falar com os amigos, mesmo que não diga nada culto. Somente balbuciar algo, e escutá-los rindo, embriagados pelo amor. Não parecer culto fará parte do seu “pacote de viagem”.

Eu preciso de pessoas perto de mim, não para usá-las, mas para que elas sejam minhas e eu delas.

Humanidade. S.O.S. Solidão…

Somente os movimentos dos lábios, os sons das palavras, pouco me importam o que digam, só quero a vida perto de mim, a vida de todos, e a minha vida em todos. Preciso que descansem em mim.

Não me digam como o mundo deveria ser, eu sei que as coisas estão erradas, mas quero que nutram um pouco de esperança. Tirem férias dos sistemas, e passeiam por sua humanidade. Encontrem aquilo que coloquei de semelhante de mim em vocês. As coisas não se ajustarão de uma hora para outra mas, assim como eu, vocês romperão de vez com tudo isso um dia.

—————————
Thiago Bomfim em DIVERSITÁ [Um caipira que não é mineiro, mas gosta de mastigar capim ouvindo Jars of Clay e Johnny Cash.]

Imagem de Crestock

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

William Barclay, o falso mestre

  O texto a seguir foi traduzido por mim, JT. Encontrado em inglês neste endereço . As citações de trechos bíblicos foram tiradas da bíblia Almeida Revista e Atualizada (ARA).     William Barclay, o falso mestre Richard Hollerman Estamos convencidos de que muitas pessoas não percebem o quão difundido o falso ensinamento está em nossos dias. Elas simplesmente vão à igreja ou aceitam ser membros da igreja e falham em ter discernimento espiritual com respeito ao que é ensinado pelo pastor, pregador ou outro "sacerdote". Elas meramente assumem que tudo está bem; caso contrário, o quartel-general denominacional certamente não empregaria uma pessoa em particular para representar sua doutrina publicamente. Esta é uma atitude desgraçadamente perigosa a sustentar, uma que nos conduzirá de forma desencaminhada e para dentro do erro. Alguns destes erros podem ser excessivamente arriscados e conduzirão ambos mestre e ouvinte à condenação eterna! Jesus nos advertiu sobre os farise

O escafandro e a borboleta

Uma dica de filme bacana, um motivacional apesar de não ser um filme cristão.     por Juliana Dacoregio   Impossível assistir a O escafandro e a borboleta (França/EUA, 2007) e não pensar em valorizar mais a própria vida. É o pensamento mais simplista possível, mas é também o mais sábio. Eu estava com um certo receio de assistir ao filme. Sabia do que se tratava e não queria sentir o peso da tragédia daquele homem. É uma história realmente pesada. E por mais que Jean Dominique Bauby – que, baseado em sua própria história, escreveu o livro homônimo que deu origem ao filme – conseguisse rir apesar de sua situação, o riso dele faz só faz aumentar o nosso desconforto, por ficar evidente que seu rosto permanece estático enquanto há emoções em seu interior.   Bauby se viu preso em seu próprio corpo em 1995, quando sofreu um derrame que o deixou totalmente paralisado e incapaz de falar. Apesar disso ele não teve sua audição e visão afetadas e suas faculdades mentais continuar

O natal por Ed René kivitz

O Natal não é um só: um é o Natal do egoísmo e da tirania, outro é o Natal da abnegação e da diaconia; um é o Natal do ódio e do ressentimento, outro é o Natal do perdão e da reconciliação; um é o Natal da inveja e da competição, outro é o Natal da partilha e da comunhão; um é o Natal da mansão, outro é o Natal do casebre; um é o Natal do prazer e do amor, outro é o Natal do abuso e da infidelidade; um é o Natal no templo com orquestra e coral, outro é o Natal das prisões e dos hospitais; um é o Natal do shopping e do papai noel, outro é o Natal do presépio e do menino Jesus. O Natal não é um só: um é o Natal de José, outro é o Natal de Maria; um é o Natal de Herodes, outro é o Natal de Simeão; um é o Natal dos reis magos, outro é o Natal dos pastores no campo; um é o Natal do anjo mensageiro, outro é o Natal dos anjos que cantam no céu; um é o Natal do menino Jesus, outro é o Natal do pai dele. O Natal de José é o instante sublime quando toma no colo o Messias. A partir daquela primei