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A pobreza é uma maldição?

Lendo uma das edições passadas da revista Cristianismo Hoje achei uma entrevista muito boa com o missionário Viv Grigg; foi feita quando ele esteve aqui no Brasil este ano.
 
A conversa foi legal, pois vários assuntos foram abordados: teologia da prosperidade, pobreza e riqueza (pregação do evangelho entre ricos e pobres), discipulado, evangelismo em massa, missão integral (muito interessante o que ele pensa a respeito desse assunto), presidente Lula/Fome Zero/Bolsa Família, missões urbanas e envolvimento de cristãos com a política.
 
 

Viv Grigg [fonte: Cristianismo Hoje] Com um jeito simples, fala mansa, sorriso tímido e olhar pacato, Viv Grigg facilmente passaria despercebido, não fosse pela notória aparência de estrangeiro. Mas por trás de seu temperamento tranquilo e comedido, este neozelandês de 58 anos faz um trabalho de gigante. Oriundo de uma família de posses, decidiu abrir mão dos confortos da vida abastada para viver em favelas miseráveis de países pobres e levar o Evangelho de Cristo aos mais necessitados. Munido de conhecimentos adquiridos em seu mestrado e doutorado em teologia, seguiu o que entende ser o exemplo de Jesus na encarnação: deixou sua realidade para viver o dia a dia dos carentes.

Grigg veio ao Brasil para compartilhar sua visão com os cristãos do país. Trata-se de uma filosofia de ação que ele batizou de “avivamento transformador”. Seu objetivo é treinar uma tropa de missionários urbanos locais para se unir a um exército internacional disposto a entrar nas favelas, mesclar-se à comunidade a compartilhar as boas novas de salvação com cores econômicas, sociais e políticas. Já há muita gente fazendo isso, por certo; mas Grigg enfatiza a necessidade de treinamento para que pastores e missionários urbanos possam de fato promover transformação social através do Evangelho. Ele coordena a Urban Leadership Foundation (www.urbanleaders.org, por enquanto apenas em inglês), entidade que é a base do projeto.

Mas esse batista de berço tem uma razão a mais para vir ao Brasil: ele é casado há vinte anos com a missionária brasileira Ieda, da Igreja Metodista Livre, com quem tem três filhos. Por isso, sua relação com o país é especial. “Quero encontrar cinco mil brasileiros que aceitem esse desafio”, anuncia. Autor de O grito pelos pobres e Servos entre os pobres (Ultimato), que está em sua segunda edição, Grigg tem uma visão bem própria acerca da teologia da prosperidade, riqueza e mutualidade. “Não é pecado ser rico, desde que se viva com simplicidade e se ajude os outros”, pontifica. No seu entender, e ao contrário do que boa parte da itelligentzia prega, programas governamentais que normalmente são acusados de assistencialismo podem ser boas iniciativas. Durante sua passagem pelo Rio de Janeiro, Viv Grigg recebeu a reportagem de CRISTIANISMO HOJE para esta entrevista exclusiva nas dependências do Seminário Teológico Betel, que colaborou no agendamento do encontro.

CRISTIANISMO HOJE – A Igreja Evangélica brasileira é hoje muito influenciada pela teologia da prosperidade. O pobre realmente precisa de promessas materiais para seguir a Cristo?

VIV GRIGG – Sim, precisa. Mas isso não tem necessariamente a ver com a teologia da prosperidade. Quando a pessoa se converte, imediatamente ela ora e Deus começa a responder suas orações. A conversão a leva a integrar-se a uma comunidade de fé, que também é uma comunidade econômica, na medida em que todos ali se ajudam. Então, o indivíduo começa a abandonar determinados pecados – alcoolismo, dependência de drogas, violência doméstica… Quando essas coisas mudam, a situação econômica da família começa a se transformar, e essas são graças imediatas da conversão. Apesar das críticas que sofre, o pentecostalismo gerou um grande impacto: a vida das pessoas mudou, o senso de comunidade promoveu benefícios econômicos resultantes de uma ajuda mútua e seus participantes desenvolveram um senso de identidade. Isso é parte das bênçãos de Deus. O Senhor quer que nós tenhamos o suficiente para viver. Essa parte da doutrina é correta, bíblica e muito boa para os pobres. No entanto, isso não inclui mansões, carros de luxo e um estilo de vida esbanjador.

Então, o problema da teologia da prosperidade é a busca desenfreada pela riqueza?

Os ensinamentos mudam na medida em que as pessoas ascendem em seus padrões de vida. O problema da teologia da prosperidade é que ela não faz essa distinção; ela ensina que todos devem ter um padrão de vida nababesco, mas isso é anátema para Deus. Existe um padrão de vida que é justo – e que não é igual para todos. Mas é fácil perceber qual é o estilo de vida justo: é possível a um rico viver de forma simples e usar sua riqueza para ajudar os outros. Isso é o que eu ensino para a classe média e os ricos. Outro problema da teologia da prosperidade é que ela afirma que, se as pessoas derem, Deus vai abençoar. Não existe nada na Bíblia que diga que, se você der dinheiro, então Deus vai lhe abençoar. Existe uma manipulação para o ganho pessoal, que é o pecado de Ananias e Safira. E eles morreram, porque Deus amaldiçoou esse pecado.

Há alguma base bíblica para se dizer que o pobre é abençoado por Deus, como ensina a teologia da libertação, ou que o rico é abençoado, como prega a teologia da prosperidade? Pobreza ou riqueza significam necessariamente bênção ou abandono por parte de Deus?

Pobreza é sempre uma maldição, e o Senhor quer que nós tiremos as pessoas da pobreza. Mas a riqueza, por outro lado, afasta as pessoas de Deus e remove delas a percepção espiritual. Então, existe um grande perigo na riqueza, e o melhor é que nos afastemos dela. Deus quer nos abençoar com bênçãos materiais. Isso não é um problema. A pobreza é uma maldição, mas os pobres são abençoados. A riqueza é uma bênção, mas os ricos são amaldiçoados. Temos então que entender o que isso significa. Aqueles que têm riqueza material precisam organizar suas posses em favor dos necessitados e viver com simplicidade. Eu ensino uma frase: “Ganhe muito, consuma pouco, guarde nada, dê generosamente e celebre a vida”. Essa tem sido uma frase muito útil para a classe média, pois estimula as pessoas a viver num nível simples, razoável e suficiente.

Mas hoje em dia, muitas igrejas, ministérios e líderes religiosos também enriquecem, quase sempre às custas dos dízimos e ofertas dos fiéis…

Ao longo da história, vemos que poder e riqueza na Igreja corrompem. Os apóstolos de verdade foram homens que sofreram grandemente. Paulo, embora fosse rico, optou pela pobreza por amor ao Evangelho. O apóstolo Pedro, junto com João, disse ao deficiente que estava na porta do templo que não tinha ouro nem prata. A marca de um apóstolo é o sofrimento, é estar entre os pobres. Os dízimos não devem ser dados para financiar sacerdotes ou igrejas. Na Bíblia, os dízimos eram dados em primeiro lugar para cuidar dos pobres. O que era dado aos levitas era o dízimo do dízimo, ou seja, um centésimo do valor total. Ao longo dos séculos, o princípio do dízimo tem sido abusado com o objetivo de acumular riquezas para as igrejas, enquanto as pessoas dentro delas continuam pobres. Isso não é correto. Afirmo que o dízimo deve ser entregue às igrejas para o benefício dos pobres. Na Igreja primitiva, os ricos vendiam seus bens e os entregavam aos apóstolos, que distribuíam aos pobres. Ou seja, os líderes não retinham o dinheiro para si. Abusar desse princípio é uma violação das Escrituras.

O Evangelho pregado aos pobres deve ser diferente daquele pregado às pessoas mais abastadas?

O Evangelho de Cristo é, ao mesmo tempo, o Evangelho da misericórdia e do juízo. Para os pobres, você ouve Jesus dizendo “venham a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso”. Mas você encontrará Jesus confrontando os fariseus e os ricos, ressaltando como é difícil para um rico entrar no Reino dos céus. Qual foi seu conselho ao jovem rico? Que abandonasse tudo o que tinha e o seguisse. Mas aquele homem, apegado à sua riqueza, recusou. Então, o Evangelho, para o rico, é uma mensagem de juízo – ainda mais em um país como o Brasil, onde o enriquecimento geralmente se dá por meio da opressão do pobre ou da corrupção. Existem exceções, claro. E aqueles que ficam ricos por meios justos são abençoados por Deus. Veja que homens como Abraão e Salomão foram ricos e abençoados.

Sendo assim, que diferença deve haver entre o evangelismo voltado a um grande empresário e a pregação ao pobre?

São contextos muito diferentes. É preciso olhar os contextos, os meios utilizados na comunicação, o estilo. A mensagem não é muito diferente, mas a maneira de comunicá-la, sim. Os pobres gostam da verdade absoluta, das coisas ditas com autoridade e simplicidade. Já com a comunidade empresarial é necessário haver uma identificação com seu estilo de vida. Então, para alcançar empresários, você pode fazer um encontro em um restaurante ou em um salão especificamente preparado para isso. Certa vez, fiz uma apresentação do livro de Provérbios voltada para lideranças. Uma das pessoas que compareceram era o líder de uma empresa de seguros que, ao final, comentou comigo que jamais tinha imaginado que a Bíblia tivesse tanto a ver com a vida real. Você precisa trabalhar com as pessoas no meio em que elas estão e relacionar a mensagem de Cristo aos assuntos que têm a ver com sua vida.

Essa conexão com a realidade também deve nortear o discipulado?

Jesus não pregou um Evangelho puramente espiritual. Ele pregou um Evangelho que era espiritual, mas também econômico, social e político. Quantas pessoas foram até Cristo por intermédio do Evangelho espiritual? Basta ler a Bíblia. Nicodemos foi até ele por meio de uma discussão política. Zaqueu o procurou por meio de uma discussão econômica. Um quarto dos ensinamentos de Jesus é sobre aspectos econômicos. O discipulado é um assunto crítico. Eu diria que existe hoje um discipulado espiritual razoável: as pessoas sabem ler a Bíblia, orar, adorar. Mas não existe virtualmente nenhum discipulado econômico. E as áreas de relacionamentos sociais, relacionamentos conjugais, do caráter do discípulo, são muito fracas. E certamente se faz muito pouco discipulado voltado para aspectos políticos, de ordem pública. O resultado disso é que as pessoas não seguem a Cristo em todos os aspectos de sua vida. São piedosas apenas na igreja, aos domingos.

O evangelista Billy Graham diz que menos de 5% das pessoas que atenderam aos apelos para salvação em suas cruzadas ao longo das décadas permaneceram em Cristo. À luz da necessidade de customizar o evangelismo para pessoas de diferentes contexto sociais, como devemos encarar o evangelismo em massa?

Evangelismo em massa é parte do que devemos fazer. Existem benefícios que podemos extrair desse tipo de atividade, como o fato de muitas igrejas se unirem para esse tipo de ação. E a declaração pública da Palavra dá às pessoas um senso de identidade, a consciência de fazer parte de um povo. Mas para que haja a proclamação, primeiro é necessário haver a encarnação. Ou seja: é necessário primeiro estar entre as pessoas e estabelecer um relacionamento com elas, para que possam ver e escutar o Evangelho. As pessoas precisam ver e experimentar o amor de Deus de maneiras práticas, de modo que seja mais fácil para elas responder a esse amor. Não basta pregar; o ouvinte precisa ver o amor de Deus encarnado na vida daquele que prega. Também é fundamental ressaltar a importância da oração no evangelismo. São necessários de três a seis meses de oração antes de entrar em uma comunidade. Quando Deus age por meio da oração, então o Evangelho simplesmente se move com poder. A intercessão é um elemento crítico antes da proclamação. Existem muitas experiências na comunidade missionária internacional que comprovam isso.

A Missão Integral não seria uma utopia no âmbito do cristianismo como um todo?

Mas é bom ter utopias. Eu publiquei um livro sobre o espírito de Cristo nas cidades pós-modernas, em que procurei identificar como seria uma sociedade submetida ao Reino de Deus. Por outro lado, não creio que a Missão Integral seja uma utopia; prefiro vê-la como a busca pela totalidade do Evangelho que Jesus pregou. Gosto da Missão Integral, mas seu problema é que não acredito que ela vá longe o suficiente. E a dificuldade novamente é que ela vem dos teólogos de classe média. Repare que esse termo não tem significado para os pentecostais das classes baixas. Missão Integral? O que isso significa? Não faz sentido para eles. Tenho ensinado um outro termo, que é “avivamento transformador”. Para os pentecostais, você tem que começar de onde eles começam, que é do Espírito Santo, do avivamento. Mas qual é o objetivo do avivamento? O crescimento de igrejas? Não, o objetivo do avivamento é ver o Reino de Deus em cada núcleo da sociedade. Temos que começar com a transformação da sociedade, e as igrejas são um estágio intermediário para alcançar esse objetivo.

Houve alguém em especial que tenha marcado sua trajetória?

Todos nós temos nossos mentores entre os antigos. Eu li milhares de biografias, o que foi muito importante para mim. Mas poderia destacar o irmão Kagawa, do Japão, que nas décadas de 1930 e 40 viveu nas favelas por quinze anos e decidiu mudar as estruturas da sociedade. O que ele fez foi candidatar-se ao Parlamento, uma vez que vinha de uma família rica. Como político, ele transformou o Japão –  criou diversas cooperativas, lutou contra os comunistas e reconstruiu Tóquio sem favelas. Kagawa costumava pregar até para o imperador. Pregava e agia: dez dias por mês ele pregava, e nos outros vinte, dedicava-se a ações sociais. Um homem notável.

Do ponto de vista da profecia bíblica, existe como erradicar a pobreza?

Jesus disse que os pobres sempre estariam entre nós. Portanto, não creio que seja possível erradicar a pobreza. Mas acredito ser totalmente viável reduzi-la, baixá-la a níveis mínimos. Na Costa Rica e em países da Europa a pobreza foi diminuída a níveis irrelevantes com relação ao passado.

No atual governo brasileiro, políticas de distribuição de renda ganharam força. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito sob a bandeira do programa Fome Zero e faz do projeto Bolsa Família, de renda mínima, sua principal bandeira social. É o caminho acertado?

Existem diferentes níveis de pobreza e cada um deles exige um tipo diferente de ação. Recitar a frase “não se deve dar o peixe, mas sim ensinar a pescar” não ajuda em nada, porque afirma que a única forma de se combater a pobreza é dar às pessoas meios de trabalhar. Mas essa é resposta errada para a viúva, para o órfão. Para esses, você simplesmente tem que dar o peixe. Se o governo está oferecendo assistência social a essas pessoas, especificamente, é uma boa ação. Já outro nível de pobreza exige como resposta a possibilidade de devolver ao povo o direito sobre a terra. Para aqueles que podem trabalhar, abrir o mercado de trabalho é o caminho correto. O que não podemos é pôr todos os pobres no mesmo saco, achando que a solução para os diferentes tipos de pobreza é uma só.

Se o senhor pudesse conversar com o presidente Lula a respeito da pobreza no Brasil, o que lhe diria?

Haveria duas áreas que eu abordaria. A primeira seria a crítica cristã ao capitalismo. Ao longo dos últimos 150 anos, tem havido uma crítica consistente a respeito do terceiro caminho, que não é o comunismo nem o capitalismo, e sim, um esforço cooperativo. O presidente Lula conhece esse assunto. Eu falaria a respeito desses temas sob uma perspectiva bíblica: as motivações gananciosas do capitalismo, a limitação de salários dos executivos, a diminuição da distância entre os ricos e os pobres. No Brasil, os bancos têm atacado as cooperativas, porque não desejam que esse tipo de economia se desenvolva. Isso precisa ser revertido. Um país é forte dependendo de seu esforço cooperativo. A segunda área seria do direito sobre a terra, especificamente sobre a confusa situação legal que existe no Brasil no que se refere às questões fundiárias. A burocracia é gigantesca e por isso os pobres não conseguem adquirir propriedades. E é preciso assegurar que toda a família tenha direito a possuir uma casa própria.

Em se tratando de missões urbanas, o que funciona e o que não funciona?

É preciso seguir o princípio da encarnação: estar entre as pessoas, sejam elas pobres, de classe média ou ricas. Também existe o consenso de que o Evangelho pressupõe transformação. A unidade e o estabelecimento de redes de contato são temas significativos em missões urbanas, pois quando pastores de diferentes linhas se unem e trabalham juntos, a sinergia entre a capacidade de cada um aumenta a velocidade e a profundidade daquilo que se pode alcançar. Nós, como cristãos, devemos trabalhar junto com homens de boa vontade.

A via política tem sido defendida pelos evangélicos como maneira de trazer o cristianismo para a sociedade. Contudo, apesar do aumento da representação evangélica nos parlamentos, não se nota diferença – ao contrário, pol´ticos crentes são mais conhecidos pelos deslizes éticos e pelos escândalos nos quais se envolvem. A participação de crentes na política é proveitosa?

Essa questão dos escândalos não é um fenômeno brasileiro. Isso vem ocorrendo em diversos países do mundo como consequên­cia do aumento no número de evangélicos nas instâncias de poder. Acredito que devemos, sim, usar a política como forma de mudar as estruturas da sociedade – mas não podemos entrar nela sem pensar, pois a falta de reflexão teológica e de um pensamento estratégico baseado em princípios bíblicos significa que acabaremos tendo muito entusiasmo, mas péssimos resultados. A política é terrível; nela, não se pode cometer erros. Então, compreender sua natureza e saber como operar na esfera política é muito diferente de lidar com igreja.

Mas os crentes devem ou não participar da política?

Você não pode simplesmente usar uma base religiosa como base de poder para a política. Fazer isso é abusar dos relacionamentos de liderança. Os católicos são muito firmes ao dizer que não se pode ser um sacerdote e participar da política. Isso é um princípio muito sábio. Na minha opinião, nenhum pastor evangélico deveria ser um político, pois essas duas esferas de atuação são incompatíveis. O problema é que não existe atualmente no Brasil um pensamento adequado sobre teologia e prática política. E até que exista, que os políticos sejam bem treinados e que haja recursos para dar suporte a esse pensamento, continuaremos presenciando escândalos.

Qual é a razão de sua vinda ao Brasil?

Estou no seu país para tentar conseguir cinco mil brasileiros dispostos a encarar um desafio. Tenho entrevistado pastores que trabalham em favelas de vinte e três cidades por todo o mundo, a que pergunto em que áreas eles necessitam de treinamento. A partir dessa percepção, criamos um programa para líderes de projetos entre os pobres. Estou em contato com seis seminários diferentes no Brasil para viabilizar a aplicação desse programa aqui. Precisamos levar estudo teológico para as favelas. Atualmente, cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo vivem em favelas. Os ministros do Evangelho que atuam nessas áreas precisam de mais formação teológica. Sem uma reflexão sobre as questões profundas com as quais eles se deparam lá, as igrejas continuarão a atuar de uma forma muito tradicional, isoladas da comunidade, incapazes de transformar o tecido social no qual estão inseridas. Só que não se pode fazer isso sem que os líderes estejam treinados. É preciso evangelizar, claro, mas sempre provocando transformação social.

 
Fonte: Cristianismo Hoje (a foto também foi tirada da página da entrevista)

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