Pular para o conteúdo principal

Sagrado (56º episódio): Muçulmanos

Sétimo e último episódio abordando o tema “Ganância: a permanente tensão riqueza versus felicidade”. As respostas às perguntas “Por que a religiosidade não se impõe como satisfação plena do indivíduo?” e “Que sentimento é esse (de medir a felicidade em função das conquistas do outro) que a fé não consegue superar?” estão a cargo do xeique Armando Saleh. Stenio Garcia cita Goethe na abertura do episódio: “O que não se compreende, não se possui”.
 
O vídeo desse episódio também não está disponível no site da Globo. Você vai ter de assisti-lo no site da série. Acesse-o (seção Biblioteca de Vídeos) e procure pelo vídeo do dia 15/12/2009 (lá pode estar como 15/15/2009!).
 
 
 image
 
 
 
 
A batata quente dos questionamentos em torno da ganância e seu relacionamento com a fé caiu nas mãos do xeique Armando, não? Notou o naipe das perguntas que foram feitas a ele? Entretanto, devemos observar que elas são preconceituosas, pois partem do princípio de que a fé e seus ganhos espirituais não conseguem satisfazer completamente o homem (pergunta 1), e do princípio de que mesmo os praticantes da fé são gananciosos e invejosos (pergunta 2). Agora, temos de ver que as perguntas são feitas usando conceitos gerais de “fé” e “religião”, e não o caso específico do cristianismo. Mesmo assim, as perguntas se sustentam na falácia de que fé ou religião alguma transformam totalmente alguém. Quem as formulou crê que o homem provavelmente muda por esforço próprio, e não pela transformação espiritual “prometida” pela fé.
 
Com a citação da frase de Goethe no início do vídeo, não estaria o editor do episódio insinuando que um crente (de qualquer fé) não a vive verdadeiramente porque não (ou nunca) a entende? Fiquei pensando nisso!
 
Mas… depois de toda essa exposição (achologia?) minha aí acima, me questiono se o editor do Sagrado não tem razão no que pensa. Por que a teologia da prosperidade faz tanto sucesso? Será que nós cristãos, que somos a crença de maior presença no Brasil e seguidores da verdadeira fé, vivemos de forma a passarmos para os outros essa impressão de que nossa fé não nos satisfaz por completo?
 
Não comentarei as respostas do xeique. Elas parecem aceitáveis e seguem o que o islã defende, se bem que não só ele como os representantes das outras religiões aparentaram ter respostas semelhantes.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

William Barclay, o falso mestre

  O texto a seguir foi traduzido por mim, JT. Encontrado em inglês neste endereço . As citações de trechos bíblicos foram tiradas da bíblia Almeida Revista e Atualizada (ARA).     William Barclay, o falso mestre Richard Hollerman Estamos convencidos de que muitas pessoas não percebem o quão difundido o falso ensinamento está em nossos dias. Elas simplesmente vão à igreja ou aceitam ser membros da igreja e falham em ter discernimento espiritual com respeito ao que é ensinado pelo pastor, pregador ou outro "sacerdote". Elas meramente assumem que tudo está bem; caso contrário, o quartel-general denominacional certamente não empregaria uma pessoa em particular para representar sua doutrina publicamente. Esta é uma atitude desgraçadamente perigosa a sustentar, uma que nos conduzirá de forma desencaminhada e para dentro do erro. Alguns destes erros podem ser excessivamente arriscados e conduzirão ambos mestre e ouvinte à condenação eterna! Jesus nos advertiu sobre os fa...

Deus pegou no meu bilau

Bom pessoas e mudando um pouco de assunto, deixo pra vocês um texto muito bom do Marcos Botelho , leia e não esqueça de comentar. É lógico que você ficou escandalizado com o título desse artigo, não era para ser diferente, você é um brasileiro que cresceu com toda cultura e tradição católica latino americana onde os órgãos sexuais são as partes sujas e vergonhosas do corpo humano. Mas não é assim que Deus vê e nem que a bíblia fala do seu e do meu órgão sexual, a bíblia está cheia de referências boas sobre o sexo e sobre os órgãos sexuais, mesmo percebendo claramente que os tradutores tentaram disfarçar. Na narração de Gênesis 2.7 vemos Deus esculpindo o homem do barro, isso foi um escândalo para os outros povos e religiões, principalmente para os gregos que acreditavam que nenhum deus poderoso poderia tocar na matéria, principalmente no barro como um operário fazia. Hoje não temos a dificuldade de acreditar que Deus, na criação, sujou a mão de barro, mas temos tremenda dificuldade d...

O que aprendi com Esaú

Por Gonzaga Soares Gosto dos coadjuvantes da bíblia. Me identifico com eles, não sei ao certo o motivo. Talvez por não estarem sob os holofotes da trama, na qual figuram em plano secundário. Na historia dos gêmeos bíblicos, o foco narrativo é centrado em Jacó, restando a Esaú o papel de coadjuvante na trama de seu irmão. Todos conhecem a historia de Jacó, um relato bíblico cheio de intrigas, trapaças, traições e temor. Desde da primeira vez que li o texto bíblico, simpatizei com Esaú, que diante da traição da mãe e do irmão, sempre demostrou um caráter admirável. E como em um filme ou romance literário em que você torce pelo mocinho, que sofre com as maldades do vilão, eu torcia para que no final da história Esaú desse uma boa sova em Jacó. No entanto, o final da história é surpreendente e contraria todos os romance e filmes, em uma manifestação de pura graça.  Quando Jacó resolve regressar do seu exílio de vinte anos imposto pelo pecado que cometera contr...